São Paulo, domingo, 10 de junho de 2007


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PASSAGEM PARA O MERCADO GLS

Maioria das firmas brasileiras é indiferente a público GLS, mostra estudo

Segmento ainda é mal explorado por empresas

Renato Stockler/Folha Imagem
David Bialski, que criou o pet shop Bicho da Caneca para o mercado GLS


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Neste domingo, as atenções estão voltadas para o circuito paulistano que engloba as avenidas Paulista e Consolação -inclusive as de empresários que estão de olho em um mercado específico: o GLS (gays, lésbicas e simpatizantes).
Os gastos desse público só no período do evento -na casa dos milhões de reais- dão o tom do potencial do segmento. "Há um espaço grande para o crescimento [de empresas que atendam o público GLS]", destaca o presidente da Abratgls (Associação Brasileira de Turismo GLS), Franco Reinaudo.
Grandes empresas, afirma ele, já perceberam a dimensão desse mercado -há bancos, construtoras e montadoras investindo em produtos ou em campanhas de marketing com foco nesses consumidores.
Para o professor de comportamento do consumidor da FGV-RJ (Fundação Getulio Vargas) Eduardo Ayrosa, existem espaços que podem ser preenchidos pelas empresas. "O que o mercado move é pouco perto da sua influência", diz.
Consumidores, de fato, ainda consideram tímidas as iniciativas dos empresários. É o que indica o Censo GLS, estudo realizado on-line pelo instituto de pesquisas Dual Mídia com 10.260 homo e bissexuais de 886 cidades em 2005 e 2006.
Para 61% dos entrevistados, as firmas são pouco interessadas ou indiferentes ao público GLS. Para 18%, falta visão de mercado dos empreendedores.
O secretário-geral da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Alexandre Santos, faz uma ressalva. Segundo ele, é importante criar um estabelecimento "simpatizante", mas ter cuidado com "iniciativas segregadoras".
Esse foi o receio da indústria Viton 44, que lançou em março, no Rio de Janeiro, o Guara Gay. "A idéia é comercial. A palavra gay está associada a alegria", explica o diretor Neville Proa.
"Mas houve temor de que o produto fosse recebido negativamente", diz. No entanto, segundo ele, a bebida está "perto de recuperar o investimento".
Já a seguradora American Life, que, em junho de 2006, criou um seguro para casais homossexuais, vendeu apenas 500 apólices. A expectativa era de 6.000. Para o diretor Francisco Fernandes, "falta uma boa mídia para divulgação".
(CAROLINA RANGEL)

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