|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Marca da região ganha espaço
Empresários investem em registro dado a um produto típico de um local, como vinho gaúcho
JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO
Outro tipo de marca tem
ganhado a simpatia dos empresários: o relacionado à indicação geográfica.
Conhecida pelo termo
francês "terroir", é uma espécie de certificação de itens típicos de uma região com características influenciadas
por clima, solo e outras propriedades geográficas.
Em países europeus, o
"terroir" é valorizado. Na
França, por exemplo, há
mais de 400 itens típicos certificados pelo instituto francês de origem e qualidade.
Por aqui, o processo ainda
é incipiente -existem no
Brasil oito registros de indicação geográfica expedidos
pelo Inpi (Instituto Nacional
de Propriedade Industrial).
Mas o interesse vem aumentando. Se em 2005 e em
2006 houve um registro por
ano, em 2009 foram sete e,
neste ano, nove.
A expectativa de produtores é que o consumidor veja
na indicação geográfica um
produto superior e que, assim, as vendas cresçam.
"O registro tem valor mercadológico, é uma maneira
de se diferenciar da concorrência", considera Edson
Fermann, gerente da unidade de acesso à inovação e tecnologia do Sebrae (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas).
Richard Vinic, coordenador dos cursos de pós em
marketing da Fundação Armando Alvares Penteado,
concorda. "O consumidor
não compra só um produto,
mas uma experiência."
MAIS VALOR
É nisso que apostam a Asprovinho (Associação dos
Produtores de Vinhos Finos
de Pinto Bandeira) e a
Aproarroz (Associação dos
Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho), ambas no
Rio Grande do Sul.
As entidades pilotaram
projetos para obter as respectivas indicações geográficas.
"Tivemos de comprovar
cientificamente que temos
um produto diferente", afirma Clóvis Terra dos Santos,
presidente da Aproarroz.
Mas a obtenção do registro, por si, não garante visibilidade. "É como construir
uma marca", avalia Daniela
Khauaja, professora e coordenadora acadêmica da pós-graduação em marketing da
ESPM (Escola Superior de
Propaganda e Marketing).
Por isso produtores que
desejam dar caráter comercial à indicação geográfica
precisam pensar em um investimento de longo prazo.
Só o processo de adequação dos fabricantes de couro
acabado do Vale dos Sinos
(RS) para obtenção do registro demandou quatro anos,
R$ 500 mil da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e R$ 200 mil do Sebrae.
"Estamos em fase de análise desse diferencial entre calçadistas e lojistas", assinala
Paulo Ricardo Griebeler, diretor-executivo da Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul.
Texto Anterior: Foco: Reposicionamento leva firma a investir em novo registro Próximo Texto: Frases Índice | Comunicar Erros
|