São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2010


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Marca da região ganha espaço

Empresários investem em registro dado a um produto típico de um local, como vinho gaúcho

JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO

Outro tipo de marca tem ganhado a simpatia dos empresários: o relacionado à indicação geográfica.
Conhecida pelo termo francês "terroir", é uma espécie de certificação de itens típicos de uma região com características influenciadas por clima, solo e outras propriedades geográficas.
Em países europeus, o "terroir" é valorizado. Na França, por exemplo, há mais de 400 itens típicos certificados pelo instituto francês de origem e qualidade.
Por aqui, o processo ainda é incipiente -existem no Brasil oito registros de indicação geográfica expedidos pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
Mas o interesse vem aumentando. Se em 2005 e em 2006 houve um registro por ano, em 2009 foram sete e, neste ano, nove.
A expectativa de produtores é que o consumidor veja na indicação geográfica um produto superior e que, assim, as vendas cresçam.
"O registro tem valor mercadológico, é uma maneira de se diferenciar da concorrência", considera Edson Fermann, gerente da unidade de acesso à inovação e tecnologia do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Richard Vinic, coordenador dos cursos de pós em marketing da Fundação Armando Alvares Penteado, concorda. "O consumidor não compra só um produto, mas uma experiência."

MAIS VALOR
É nisso que apostam a Asprovinho (Associação dos Produtores de Vinhos Finos de Pinto Bandeira) e a Aproarroz (Associação dos Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho), ambas no Rio Grande do Sul.
As entidades pilotaram projetos para obter as respectivas indicações geográficas.
"Tivemos de comprovar cientificamente que temos um produto diferente", afirma Clóvis Terra dos Santos, presidente da Aproarroz.
Mas a obtenção do registro, por si, não garante visibilidade. "É como construir uma marca", avalia Daniela Khauaja, professora e coordenadora acadêmica da pós-graduação em marketing da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
Por isso produtores que desejam dar caráter comercial à indicação geográfica precisam pensar em um investimento de longo prazo.
Só o processo de adequação dos fabricantes de couro acabado do Vale dos Sinos (RS) para obtenção do registro demandou quatro anos, R$ 500 mil da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e R$ 200 mil do Sebrae.
"Estamos em fase de análise desse diferencial entre calçadistas e lojistas", assinala Paulo Ricardo Griebeler, diretor-executivo da Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul.


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