São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006


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TECNOLOGIA EM ALTA

TI é arma para tomada de decisões

Automatização e integração de processos em pequenas firmas crescem 300% em três anos

RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A informática parece estar mais acessível aos empresários. Em 2001, por exemplo, 78,8% das indústrias brasileiras que tinham entre cinco e 29 funcionários não utilizavam TI (tecnologia da informação) em seus processos ou faziam uso apenas de aplicações de escritório, como programas de acesso à internet e correio eletrônico. Três anos depois, esse índice havia baixado para 62,9%.
As firmas que contavam com todos ou com a maioria dos processos automatizados e integrados a um sistema central somavam 4% em 2001. Em 2004, subiram para 15,8%.
Os dados fazem parte de um estudo elaborado pela empresa de pesquisas Sensus em parceria com a London Business School entre maio e junho do ano passado, com 500 empresas de diversos ramos.
"Tem havido um crescimento significativo na adoção de TI. Nas firmas que têm entre 50 e 90 empregados, as que contam com todos os processos integrados passaram de 12,4% para 28,9% em apenas três anos", avalia o professor de economia do Ibmec São Paulo Naercio Aquino Menezes Filho, coordenador do estudo no Brasil.
Entre os motivos para o aumento, segundo Menezes Filho, estão a percepção do empresário de que a informatização pode oferecer mais agilidade na tomada de decisões e o aumento da produtividade.
"É possível impulsionar a produtividade da firma em até 60% com a adoção de TI."
O economista Marco Aurélio Bedê, coordenador de pesquisas econômicas do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), ressalta que nem sempre a informatização é essencial para o aumento da produtividade.
"Nas atividades que requerem mão-de-obra intensiva e que fazem uso de pouca tecnologia na produção, o uso de TI pode não agregar muito ao negócio. Peixarias, açougues e armarinhos, por exemplo, não têm retorno do investimento."

Mais longe
O empresário Fabio Cesar dos Santos, 33, não tinha do que reclamar. Sua fábrica de abajures e luminárias, a Imaf, cresceu 100% entre 1996 e 2000. No entanto, o salto veio mesmo em 2001, quando Santos informatizou a firma.
"Nos últimos quatro anos houve crescimento de 400%", afirma, acrescentando que a Imaf produzia apenas para alguns Estados e, hoje, envia seus itens para todo o país e parte da América Central. "Sem informatizar, não teria tido condições de crescer tanto."
Os benefícios dos sistemas, conta Santos, são visíveis. "Era freqüente ter de parar a produção por falta de matéria-prima. Agora, tenho o suficiente para sete dias", compara.


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