São Paulo, domingo, 11 de julho de 2004


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INOVAÇÃO

Fapesp subsidia pesquisas para pequenas; na USP, empreendedorismo vira disciplina

Projeto aproxima ciência e mercado

DA REDAÇÃO

O mundo das pesquisas e o mundo das empresas nem sempre falam a mesma língua, mas programas como o Pipe (Projeto de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas), da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), podem ser o pontapé inicial para um melhor entendimento entre os dois.
Desde 1997, ano em que o Pipe foi criado, foram liberados R$ 55 milhões. O número total de projetos financiados é de 332, sendo que 160 passaram para a segunda etapa, a de desenvolvimento.
Giuseppe Antonio Cirino, 32, engenheiro de pesquisas da Eletroppar, é um dos que estão aguardando liberação de verba para a segunda fase.
O projeto que ele coordena, inédito, segundo diz, vai desenvolver lentes que, por meio de um filtro óptico, consigam discernir se um corpo é um homem ou um animal doméstico, para fazer disparar um alarme. Tudo isso levando em conta a quantidade de calor emitida pelo corpo em questão.
Seu orçamento, de R$ 75 mil, foi aprovado na primeira fase. Para conseguir os R$ 290 mil que quer para a fase seguinte, terá de apresentar material mais detalhado.
"Eles são rigorosos na avaliação. Esse tipo de programa é fundamental para gerar produtos de impacto na nossa economia."
Para Carlos Vogt, presidente da Fapesp, é preciso "transformar a atitude de empresários e pesquisadores no envolvimento com a inovação para o mercado".
Um outro exemplo de parceria entre pesquisa e mercado acontece na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Alunos de engenharia mecatrônica têm a disciplina empreendedorismo, e uma empresa já foi constituída a partir das aulas. O currículo foi elaborado com a Eccelera (gestão de capital de desenvolvimento).
Flavio Morato Galvão, 23, fazia engenharia civil quando foi convidado por dois amigos, os gêmeos Rodrigo e Ricardo Chen, 23, para freqüentar a disciplina.
Após o curso, com R$ 1.000, abriram a Compra Universitária (www.comprauniversitaria.com.br). Pelo site, vendem itens como livros e calculadoras para estudantes com preço abaixo do de mercado. "Ganhamos na quantidade", diz Galvão, que trocou a engenharia pelo marketing.
"Temos centros de excelência e há capital intelectual a ser desenvolvido para abrir negócios, mas faltava um catalisador que mostrasse essa via", diz Edson Bouer, diretor de negócios da Eccelera.


Fapesp: www.fapesp.br


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