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Obter empréstimo é só o 1º passo
Recurso é farto em cooperativas de crédito, dizem especialistas, mas boa gestão é primordial
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O acesso a um financiamento de maneira simples,
rápida e com parcelas que
cabiam no bolso aumentou a
renda e trouxe prosperidade
para a família de José Joaquim da Costa, 41, conhecido
na pequena São Roque de
Minas (MG) como Zezão.
Em 1991, conseguiu ampliar o atendimento de sua
serralheria e ainda ingressou
em um segundo negócio:
uma sorveteria no centro.
Para isso, contou com crédito da Sicoob Saromcredi,
cooperativa de crédito da
qual participa desde o início.
"Só com a máquina de sorvete, faço R$ 52 mil ao ano",
comemora o empresário.
O acesso a esse dinheiro,
contudo, só se deu por seu
envolvimento em uma co-
operativa -uma instituição
autônoma, administrativa e
juridicamente regulamentada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e autorizada pelo Banco Central a oferecer serviços financeiros.
Os cooperados contam
com atendimento diferenciado e mais próximo, além de
contribuírem com o caixa da
instituição, explica Milson
de Oliveira Faria, supervisor
de microcrédito da Sicoob,
idealizada por João Carlos
Leite, finalista do Prêmio Empreendedor Social 2005
(www.folha.com.br/empreendedorsocial).
Luis Miguel Santacréu,
analista financeiro da Austin
Rating, afirma que esse tipo
de crédito está farto -até
abril, o Banco Central contabilizou R$ 1,5 trilhão nessas
operações. "O momento econômico é propício para buscar oportunidades", destaca.
Mas ele chama atenção para a necessidade de um bom
plano de gestão desses recursos. "O crédito por si só não
resolve. Sem gestão, o empresário fica devendo, e começar do negativo é pior do
que não começar", alerta.
GOTA NO OCEANO
As cooperativas de crédito
representam R$ 23 bilhões
em financiamento concedido, de acordo com dados
do BC até abril passado.
O consultor Boanerges Ramos Freire explica que esse
valor não abrange a totalidade de empréstimos que são
realizados para investimentos de pessoa jurídica, um
procedimento comum em
empresas de menor porte.
"Tem muita gente que pega empréstimo pessoa física
para investir no negócio",
diz. Segundo ele, a proporção de crédito para esse público cresceu bem acima da
média do da pessoa jurídica.
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