São Paulo, domingo, 11 de agosto de 2002


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GESTÃO

Design diferenciado chama atenção para produto nos pontos-de-venda; os projetos custam a partir de R$ 10 mil Embalagem atraente valoriza o conteúdo

FREE-LANCE PARA A FOLHA

No Brasil, geralmente são as grandes empresas as que mais se preocupam com o design das embalagens de seus produtos. Mas a iniciativa pode ajudar pequenos e médios a concorrer com os grandes nas gôndolas e nas prateleiras.
Segundo pesquisa do Comitê de Design da Abre (Associação Brasileira de Embalagem), apenas 5% da receita líquida das agências de design vêm de trabalhos feitos para as pequenas e médias empresas, 70%, de trabalhos feitos para multinacionais, e 25% vêm de grandes empresas nacionais.
Manoel Müller, coordenador do comitê e diretor-geral da Müller Associados, afirma, entretanto, que esse cenário nos negócios tem condições de ser revertido.
Para ele, o investimento em embalagem é a maneira de gerar mais resultados a curto prazo.
"Esse é o negócio mais adequado para os menores, que não têm dinheiro para investir em propaganda nas grandes mídias", completa Luís Castellari, diretor de criação da agência Keenwork.
A arquiteta Sílvia Rettmann, 43, diretora da Confetti, empresa de embalagens, diz que o número de clientes donos de pequenos e médios negócios tem aumentado. "Eles investem em embalagem porque não possuem marca forte no mercado e precisam chamar a atenção nos pontos-de-venda."

Custo-benefício
A idéia de atrair compradores caprichando na apresentação dos produtos sempre fez parte dos planos de Maysa Chachamovits, 44, e Marlene Cuperman, 44, proprietárias da Jardim Secreto, especializada em produtos de aromaterapia. "O investimento é alto porque há uma cota mínima para pedidos, mas vale a pena", diz Chachamovits. Ela conta que a empresa investe cerca de 15% do faturamento nas embalagens.
Müller calcula que um projeto de design custa no mínimo R$ 10 mil (mas o valor é bastante variável) e que, de cada 100 empresas que investem em embalagem, 83 conseguem alavancar negócios.
As vendas do Capuccino di Capri aumentaram 30% em quatro anos. "O crédito disso está associado, entre outros fatores, ao investimento que fizemos no design", afirma Renata Fleury Alves, 33, proprietária da empresa.
Para a diretora da agência a10 design, Margarete Takeda, é possível atrair pequenos empresários oferecendo a eles um orçamento mais flexível. "Em um projeto de embalagem, podemos buscar um bom fotógrafo em vez de pegar o melhor, por exemplo. A idéia é conseguir o melhor resultado dentro das condições de cada empresa", afirma.
(GIOVANA TIZIANI)


Texto Anterior: Propostas visam ampliar acesso a financiamentos
Próximo Texto: Licenciamento: Empresa lança marca do piloto Felipe Massa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.