São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2011


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Recursos sobem até 25% em 2011

Pressões inflacionárias e aumento da taxa básica da economia não desanimam instituições

DE SÃO PAULO

As pressões inflacionárias e o aumento da Selic -a taxa de juros básica da economia- parecem não intimidar os bancos quando o assunto é emprestar dinheiro para micro e pequenas empresas.
Bradesco, Caixa, Itaú e Santander afirmam que pretendem ampliar suas carteiras em volumes que vão de 15% a 25% neste ano. O Banco do Brasil não divulgou sua previsão para 2011.
O que atrai as instituições financeiras é o potencial de investimento vislumbrado nas micro e pequenas.
Embora boa parte dos empréstimos seja feita para acertar o fluxo de caixa e para antecipar recebíveis, a tendência é que a busca por produtos destinados a investimentos aumente. O intuito é se preparar para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Essa é a avaliação do superintendente nacional de micro e pequena empresa da Caixa Econômica Federal, Zaqueu Soares Ribeiro.
"[O segmento de micro e pequenas empresas] é o que está mostrando mais força", diz Ramon Camino, diretor-executivo de pequenas e médias empresas do Santander.
O diretor da área Empresas do Itaú, Carlos Eduardo Maccariello, concorda. "São as empresas mais mal atendidas", acrescenta.

NOVOS PRODUTOS
Para abocanhar essa fatia de mercado, as instituições financeiras estão lançando produtos e treinando equipes para lidar com o público.
Eles querem evitar que aconteça o que ocorreu com Ana Carolina Vaz, 31, proprietária da fábrica de fraldas para cães Dog's Care.
"Nos três primeiros anos, não conseguíamos crédito porque o gerente do banco não acreditava na ideia", diz.
O financiamento só foi possível quando ela mudou de agência e foi atendida por um gerente que tinha cães.
A aposta do profissional deu frutos. Com o crédito, a empresa adquiriu duas máquinas no valor total de R$ 200 mil, que possibilitaram a ampliação do negócio.
A empresa fabricava 7.000 unidades mensais em 2007; agora produz 100 mil.
O sucesso vem também do cuidado com o dinheiro. "Só buscamos financiamento para investir em algo que traga mais receita", ensina.
A prática, segundo consultores, é a mais adequada.
"Se a empresa está endividada, o melhor caminho é tentar outros meios antes de buscar crédito na praça", aconselha Luciano Duarte Peres, advogado especialista em direito bancário.

NEGOCIAÇÃO
Ele sinaliza que é possível, por exemplo, renegociar dívidas com fornecedores.
No caso de necessitar de crédito, é preciso pesquisar a menor taxa de juros possível.
As linhas do BNDES, por exemplo, oferecem taxas de 10% a 12% ao ano em média, e são consideradas baixas.
Algumas garantem até menos. Marcio Tengan, 40, obteve um financiamento especial a juros de 7% ao ano para abrir uma unidade da Morana, de acessórios femininos, em Florianópolis (SC).
Depois de uma temporada de trabalho no Japão, tinha metade dos R$ 350 mil necessários para dar início ao empreendimento. O restante foi fruto do crédito bancário.
Além de juros baixos, Tengan negociou um período de carência de 12 meses -as prestações começam a vencer a partir de abril deste ano.


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