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São Paulo, domingo, 13 de abril de 2003


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CÂMBIO

Para economistas, moeda deverá se estabilizar

Queda do dólar ainda não afeta exportação

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A atual trajetória de queda do dólar divide a opinião dos especialistas no que diz respeito à saúde financeira do país. A maioria deles, no entanto, acredita que as exportações brasileiras, por enquanto, não estão ameaçadas. O maior prejuízo acabou recaindo sobre as pequenas empresas.
"Qualquer valorização do real causa perda aos exportadores, mas o patamar em que o dólar está hoje ainda é alto e permite uma balança comercial [exportações menos importações" compatível com as metas governamentais], afirma o professor Ernani Hickmann, da FGV Management.
"As pequenas empresas, no entanto, só entraram no mercado internacional porque o dólar estava alto e deverão ser um pouco afetadas. Por sorte, apenas uma pequena parte das suas receitas vem da exportação", diz.
"Essa queda tem de ser interpretada como correção de um exagero. Os exportadores tiveram ganhos extraordinários enquanto o dólar estava muito alto e, agora, vão voltar ao patamar normal de negócios", afirma Paulo Levy, coordenador do grupo de conjuntura do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Para ele, o quadro atual tende a beneficiar as empresas endividadas em dólar, situadas principalmente nos setores de serviços, como telefonia e energia elétrica.
A maior contribuição da queda do dólar, na opinião de Clarice Messer, diretora do departamento de Economia e Pesquisa da Fiesp, será a redução da volatilidade do câmbio. "Volatilidade gera incerteza, o que faz os empresários jogarem na "retranca.'" Para ela, contudo, se a moeda se desvalorizar demais (abaixo dos R$ 3), o quadro passa a ser pernicioso para as grandes exportadoras.
Joseph Coury, presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado, prevê que, se não houver surpresas com o preço do petróleo, o câmbio deverá se estabilizar em R$ 3,20, R$ 3,30, o que causará "uma pressão por redução de preços", levando à queda dos juros básicos.
Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, comemora. "Se os juros básicos caírem para até 22%, estimamos crescimento de 3% no segundo semestre." (RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO)


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