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LEITURA DINÂMICA
Explorar um nicho é opção para conseguir se destacar
Oferecer atendimento diferenciado é o caminho para tornar clientela fiel
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na luta entre Davi e Golias
das livrarias, a melhor estratégia de sobrevivência é não encarar o gigante de frente.
"O pequeno tem de se diferenciar, não adianta querer enfrentar o grande", afirma Nelo
Vicentini Neto, gerente comercial da distribuidora de livros
Códice, que também já atuou
do outro lado, como livreiro.
Especialistas consultados
pela Folha recomendam que
pequenas e médias livrarias
procurem um nicho de mercado para se especializar -em
gastronomia, esporte ou literatura infantil, por exemplo.
Além disso, devem oferecer
aos clientes serviços e comodidades personalizados, que as
distingam das megastores.
Raul Corrêa da Silva, presidente da consultoria RCS Brasil, diz que o estabelecimento
deve mostrar que não é como a
grande rede. "É preciso dar
condição ao cliente para que se
sinta em um lugar diferente."
Diferencial
O maior diferencial, na opinião dos consultores de varejo,
deve ser o atendimento. Uma
vantagem competitiva é ter
vendedores que conheçam os
consumidores pelo nome e saibam indicar livros de seu gosto.
Para isso, o empreendedor deve fazer um histórico de compras de cada cliente.
"O que não é mais possível
em uma pequena ou média livraria é aquele procedimento
padrão", ressalta Juliano Seabra, coordenador do núcleo de
empreendedorismo do Senac
São Paulo. Segundo Seabra,
deve haver investimento pesado no relacionamento com o
cliente e em novos serviços.
Com acervo de livros e revistas importados relacionados à
moda, à decoração e às artes, a
Farah's, no bairro Jardins (zona oeste), credita ao lema "deixar o cliente à vontade" o sucesso da fidelização.
De acordo com Cleonice Rodrigues, funcionária da livraria,
não há preocupação com a concorrência das grandes redes
instaladas na região. "Eu já tenho o meu público cativo."
Com um conceito parecido
com o da rede Livraria da Vila, a
Livraria Sobrado (em Moema,
zona sul) investiu na ambientação como chamariz. Também
apostou em eventos como contação de história a crianças, palestras e música ao vivo.
"Tinha de haver um diferencial por ser uma livraria nova,
sem marca conhecida", justifica Luís Ricardo de Rossi, um
dos sócios da empresa.
Profissionalismo
Outro ponto que interfere
nos resultados da empresa -e
também em outros setores de
empreendimentos de menor
porte- é a gestão do negócio.
"Nesse ambiente mais competitivo, os espaços para os pequenos estão se tornando mais
restritos e, evidentemente, isso
requer mais profissionalismo
deles", adverte Cláudio Felisoni de Angelo, coordenador-geral da FIA (Fundação Instituto
de Administração).
(IG)
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