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O MUNDO DOS PEQUENOS
Brasil é avaliado como "mediano"
Empreendedores indicam prós e contras de abrir uma pequena empresa no país ou fora
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem melhor nem pior, mas
com vantagens e desvantagens.
Essa é a conclusão de quem
compara o Brasil a outros países após a experiência de sair
daqui para abrir um negócio no
exterior ou de vir para cá com a
idéia fixa de empreender.
"Aqui, o processo de abertura
de empresas é muito mais burocrático e os impostos são
mais altos, além de o governo
ajudar menos do que na Inglaterra. Por outro lado, existem
mais pessoas criativas e o mercado é bem mais diversificado",
resume a publicitária Gianna
Toni, 27, que criou uma revista
para brasileiros em Londres.
Depois de um ano elaborando o projeto do periódico, Gianna desenvolveu um plano de
negócios para pedir empréstimo bancário. Obteve 5.000 libras, metade do que precisava.
Publicou, então, a primeira edição da revista "Jungle Drums".
Para continuar o empreendimento, entrou com um pedido
de subsídio ao governo em um
programa de incentivo a jovens
com até 25 anos. "Após 20 dias,
me deram 8.000 libras", diz ela,
que tem cidadania européia.
Daí em diante, a publicação,
que começou na sala de sua casa, não parou mais de crescer
-hoje, a "Jungle Drums" está
avaliada em 180 mil libras.
A publicitária conta que o
processo de abertura da empresa a surpreendeu pela rapidez: foi preciso preencher um
formulário e pagar 25 libras.
"Também não recolhia impostos, pois empresas com faturamento anual inferior a 80 mil
libras estão isentas", ressalta.
Na avaliação de Queli Cristina Karsten, 26, que aterrissou
na Venezuela há dois anos para
abrir uma franquia da Depyl
Action, "lá, o processo de abertura da firma foi lento, mas a
carga tributária é bem menor".
"Tive lucro já no segundo mês."
Inaugurada em fevereiro, a
unidade, que teve investimento
inicial de R$ 160 mil, tem cerca
de 700 clientes mensais -das
quais 450 são regulares.
Já o espanhol Manolo Vaqueiro Pinheiro, 78, proprietário da doçaria Andaluza, é mais
entusiasmado com o Brasil.
"No meu país de origem, é muito mais difícil abrir um negócio.
Aqui, com pouco capital e conhecimento do negócio, é fácil
se fixar no mercado", contrasta
Pinheiro, que fornece quitutes
para restaurantes e inaugurou
uma filial há quatro meses.
Obstáculos
Se abrir um negócio no país
de origem já é difícil, o desafio
torna-se maior em outro lugar.
A afirmação, do professor de
empreendedorismo Tales Andreassi, da Fundação Getulio
Vargas, foi constatada por Roberto Generali Gurgess, 31.
A graduação em marketing e
o MBA não foram suficientes
para garantir o sucesso da loja
que abriu em um famoso bairro
de Barcelona, na Espanha.
"Havia movimento durante
quatro meses e, no resto do
ano, ficava no sufoco", lembra.
"Piorou com o euro desvalorizado", conta ele, que vendeu o
ponto após investir 70 mil.
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