São Paulo, domingo, 14 de março de 2004


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EMBALAGENS

Sacola plástica biodegradável, com vida de 18 meses, é um dos destaques da Brasilpack

Reciclagem está na mira do setor

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A principal atração da Brasilpack 2004, Feira Internacional de Embalagens, encerrada sexta-feira, foi o ambiente: empresas apresentaram a evolução tecnológica de materiais que não agridem a natureza e, segundo os organizadores, 100% do que for produzido durante a feira será reciclado.
É que foram montadas 15 linhas de produção para demonstrar as etapas da confecção de embalagens em diferentes materiais. Em uma delas, foi manufaturada a sacola plástica biodegradável da Antilhas, lançada em novembro de 2003 para O Boticário e apontada como destaque do evento.
O material plástico recebe um componente que acelera sua degradação e reduz seu tempo de vida para 18 meses. "Basta colocar 3% desse aditivo no plástico para acelerar o processo", diz Carlos Hugo Oliveira, 28, analista de desenvolvimento da Antilhas.
Cem anos seria o tempo de degradação do plástico convencional. Apesar da ação do componente, as propriedades do material não ficam comprometidas, e o plástico continua sendo totalmente reciclável.
A tecnologia encarece em 20% o produto final. Mas, de acordo com Oliveira, apesar de o custo ser maior, a empresa economiza a longo prazo. "O material pode ser reaproveitado várias vezes e em um curto espaço de tempo."
A resina plástica presente em frascos de xampu, hidratantes e perfumes também sofreu modificações. A mistura de dois tipos de resinas possibilita que o consumidor sinta a fragrância do produto sem abrir a tampa: o odor ultrapassa a parede do frasco.
A questão ambiental preocupa as empresas que utilizam o plástico duro. "A reciclagem ainda não foi comercializada em larga escala", afirma o gerente de vendas da Igaratiba, Gilson Bellucci, 38. Sem o reaproveitamento dos frascos comercializados, o setor usa resíduos, rebarbas e sobras, transformando-os em cabides e baldes.

Papel
Outro material que parece ter ibope no mercado é o papel Reciclato, da Cia. Suzano de Papel e Celulose. Em 2003, foram produzidas 5.120 toneladas. De acordo com balanço da empresa, o papel atingiu volume de vendas três vezes maior do que o de 2002. "É a mistura de aparas com papéis ou papelões recolhidos pelos catadores de rua", conta Marcelo Martinez, coordenador da linha.
Como não há a aplicação de alvejante para clareamento, o papel apresenta cor e aspecto de reciclado. "Fica visível. E é justamente isso que as empresas que se preocupam com proteção ambiental querem mostrar aos clientes", afirma Oliveira, da Antilhas.
As empresas que produzem embalagens de vidro podem reutilizar totalmente seus produtos, pois o vidro é 100% reciclável. Segundo Fábio Mestriner,49, presidente da Abre (Associação Brasileira de Embalagens), em 2003 o setor de vidros foi o que mais cresceu devido às exportações.
A Abre prevê para este ano um aumento de 2,5% na produção, com faturamento em torno de R$ 26 bilhões e a geração de 140 mil empregos diretos e indiretos. (LARA SCHULZE)


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