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Material reciclado é tendência
Empresas querem associar sua imagem ao ativismo ambiental a fim de agradar aos clientes
DE SÃO PAULO
Primeiro contato dos clientes com a maioria das empresas fabricantes de bens de
consumo, a embalagem deve
ser tratada como um verdadeiro cartão de visitas.
Pensar no valor que o recipiente agrega à empresa, levando em conta o que o consumidor quer ver, é essencial, avalia o especialista em
imagem empresarial e presidente da ABRP (Associação
Brasileira de Relações Públicas), Luiz Alberto de Farias.
A bola da vez, diz, é o ambiente. "Uso de materiais reciclados, potencial reciclável
da embalagem, potencial de
descarte e logística reversa
[recolhimento de resíduos remanescentes pela empresa
após o consumo] são informações que constam dos rótulos e mostram valores."
Sócio e diretor de arte da
agência de design i10as, Carlos Augusto Franco de Camargo confirma que as embalagens que não agridem o
ambiente são tendência. O
intuito, explica, é inspirar orgulho nos consumidores, sobretudo nos jovens.
Cria-se, dessa forma, um
relacionamento, e o produto
assume um novo posicionamento para o cliente.
PARA VIAGEM
Não é só a embalagem primária -que envolve os produtos- que vem sendo foco
do politicamente correto.
A Extrusa-Pack, fábrica de
embalagens plásticas, lançou neste ano a sacola plástica compostável, que é biodegradável e, em um período
médio de 180 dias em um
aterro, transforma-se em
adubo, água e gás carbônico.
O preço da sacola é maior,
porém o gasto dos supermercados que aderiram à moda
diminuiu, já que o custo foi
repassado para o consumidor, que compra as sacolas
separadamente.
Em Jundiaí (a 58 km da capital paulista), onde a presença do produto nos mercados é obrigatória, cada sacola sai a R$ 0,19, equivalente
ao preço de custo do item.
O investimento tem dado
retorno. A Extrusa-Pack acaba de investir R$ 4 milhões
na ampliação da fábrica, que
produz 3.000 toneladas e recicla 1.200 toneladas de sacolas plásticas por mês.
"As sacolas não vão acabar nos mercados. Seguimos
uma padronização muito
exigente para transportar alimentos. Uma caixa de papelão ou uma sacola retornável
não tem a mesma higiene da
sacola plástica", comenta o
diretor Leandro Barcos.
Nos próximos 15 dias, a
empresa vai lançar os sacos
de lixo compostáveis, feitos
com o material que sobra na
produção das sacolas.
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