Reúso da resina ganha espaço devido a custo menor e apelo sustentável

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em tempos de margem de lucro ínfima, há quem substitua o plástico virgem como matéria-prima pelo reciclado para reduzir custos. Poucos notam, contudo, um dos fatores diferenciais no preço do material: a localização do fornecedor.
O site do Compromisso Empresarial para Reciclagem (www.cempre.org.br), associação que incentiva a reutilização de bens, estima que a tonelada de plástico do tipo filme reciclado prensado custe R$ 470 em Santo André (SP). Em Paulínia (SP), o valor sobe para R$ 1.050 -diferença de 123%.
"Há empresários que viajam até o Paraná em busca de preços menores", comenta Adalberto Burcci Nascimento, analista de projetos do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Rafael Maria Besada, 60, é um deles. Com plástico reciclado, consegue fabricar canetas a um custo 20% menor do que teria se usasse resina virgem.
Quando produz camisetas a partir de fibras de garrafa PET, porém, a situação se inverte. O custo é cerca de 20% maior em relação ao do material não reciclado, calcula.
Os gastos, nesse caso, são repassados aos clientes, mas com uma tática, diz o empresário: "Explico o atrativo ecológico do produto quando o negocio".

Mercado se reciclando
Na avaliação do empresário Thomas Schneider, 31, da Andu Brindes, a razão principal para optar pelo plástico reciclado em seus produtos é o apelo sustentável. "Não são fatores econômicos nem técnicos", diz.
Sua empresa, que existe desde a década de 1950, trabalha com garrafas PET recicladas há apenas um ano. "Dos tipos de plástico, é o que tem mais reconhecimento do público", opina.
Ricardo Mason, da Fortymil, que comercializa o material reciclado, aposta em um mercado que se renovou. "Antigamente, [a reutilização do plástico] era realizada às escondidas, era marginal. Hoje, ela é valorizada como um diferencial." (DB)


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