São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007


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FRAUDE À VISTA

On-line fica vulnerável a golpistas

Altos custos para proteção e pouca informação são fatores que prejudicam firmas virtuais

DA REDAÇÃO

O empresário Ricardo Peral, 33, vai inaugurar uma loja virtual de artigos infantis, a Terra dos Brinquedos, neste mês.
Antes mesmo do lançamento do site, contudo, não esconde suas preocupações com o que terá de enfrentar nas vendas.
"Na dúvida [se o comprador é golpista ou não], não vamos entregar [os pedidos]", resume.
Pode parecer exagero, mas as precauções de Peral apenas transparecem uma situação que atualmente é realidade na internet: as fraudes eletrônicas.
Seu futuro concorrente, por exemplo, o diretor do dedo brinquedo.com.br, Douglas Carateto, 27, conhece bem o tema.
Na correria da semana do Dia da Criança, no ano passado, o site teve prejuízo com um suposto comprador de Rondônia que ficou na casa dos R$ 2.000.
"Em geral, se o valor é alto, ligamos para a pessoa, confirmamos os dados e pedimos cópia da última fatura do cartão de crédito. Mas, naquela semana, falhamos. E perdemos dinheiro", comenta o executivo.
Na avaliação do CEO da Webtraffic, Eric Daniel, firma de ações de marketing na internet, contudo, a situação no comércio eletrônico é diferente da que ocorre na loja física.
"O lojista on-line consegue rastrear todos os dados", atesta. Para ele, a fraude na rede acontece "por falta de informação".
No caso de Renato Vieira, 35, administrador do site www. oticaov.com.br, a inexperiência foi o fator preponderante para o acúmulo de prejuízos.
Nos dois primeiros meses da empresa, houve quatro tentativas de fraude. Na última, a perda foi de R$ 3.000. "Hoje prefiro perder a venda."

Custo exponencial
A solução para esse tipo de problema, segundo indica o gerente-geral de produto da Medidata, Dagoberto Salles, é bastante diversificada. Quanto maior a proteção, entretanto, mais caro o custo se torna. "A variação é em uma escala exponencial, não-linear", afirma.
Para o pequeno empresário, que não tem como arcar com grandes despesas, Salles indica mesclar a proteção às fraudes com sistemas que permitam a geração de indícios dos desvios de comportamento. "Assim, fica mais fácil detectar e comprovar a origem das adulterações", explica Salles. (CA)


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