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FRAUDE À VISTA
On-line fica vulnerável a golpistas
Altos custos para proteção e pouca informação são fatores que prejudicam firmas virtuais
DA REDAÇÃO
O empresário Ricardo Peral,
33, vai inaugurar uma loja virtual de artigos infantis, a Terra
dos Brinquedos, neste mês.
Antes mesmo do lançamento
do site, contudo, não esconde
suas preocupações com o que
terá de enfrentar nas vendas.
"Na dúvida [se o comprador é
golpista ou não], não vamos entregar [os pedidos]", resume.
Pode parecer exagero, mas as
precauções de Peral apenas
transparecem uma situação
que atualmente é realidade na
internet: as fraudes eletrônicas.
Seu futuro concorrente, por
exemplo, o diretor do dedo
brinquedo.com.br, Douglas Carateto, 27, conhece bem o tema.
Na correria da semana do Dia
da Criança, no ano passado, o
site teve prejuízo com um suposto comprador de Rondônia
que ficou na casa dos R$ 2.000.
"Em geral, se o valor é alto, ligamos para a pessoa, confirmamos os dados e pedimos cópia
da última fatura do cartão de
crédito. Mas, naquela semana,
falhamos. E perdemos dinheiro", comenta o executivo.
Na avaliação do CEO da
Webtraffic, Eric Daniel, firma
de ações de marketing na internet, contudo, a situação no comércio eletrônico é diferente
da que ocorre na loja física.
"O lojista on-line consegue
rastrear todos os dados", atesta.
Para ele, a fraude na rede acontece "por falta de informação".
No caso de Renato Vieira, 35,
administrador do site www.
oticaov.com.br, a inexperiência foi o fator preponderante
para o acúmulo de prejuízos.
Nos dois primeiros meses da
empresa, houve quatro tentativas de fraude. Na última, a perda foi de R$ 3.000. "Hoje prefiro perder a venda."
Custo exponencial
A solução para esse tipo de
problema, segundo indica o gerente-geral de produto da Medidata, Dagoberto Salles, é bastante diversificada. Quanto
maior a proteção, entretanto,
mais caro o custo se torna.
"A variação é em uma escala exponencial, não-linear", afirma.
Para o pequeno empresário,
que não tem como arcar com
grandes despesas, Salles indica
mesclar a proteção às fraudes
com sistemas que permitam a
geração de indícios dos desvios
de comportamento. "Assim, fica mais fácil detectar e comprovar a origem das adulterações",
explica Salles.
(CA)
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