São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2008


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DE CARA NOVA

Mudar marca traz risco, mas pode ser essencial

Marcelo Justo/Folha Imagem
Como já havia um nome semelhante no mercado, a marca de sandálias Yepp virou Goóc

Devem-se avaliar os resultados que a modificação de nome trará

LUCIANE CRIPPA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A marca é um dos bem mais valiosos de uma empresa. A Coca-Cola, por exemplo, é a marca global de maior valor do mundo, segundo o ranking da consultoria Interbrand. Sua importância é estimada em US$ 66,6 bilhões, mais do que a soma dos ativos da companhia.
Esse valor está intimamente ligado à percepção que os clientes têm da marca. E não é diferente para as empresas de menor porte.
"Embaixo do "guarda-chuva" da marca está a credibilidade do negócio, a relação com o consumidor e os valores da firma", aponta Francisco Guglielme Junior, professor de empreendorismo na pós-graduação da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas).
Por isso pensar em trocar a cara do negócio é motivo de um frio na espinha do empreendedor. Não é para menos: construir uma bandeira de respeito, credibilidade e confiança para o cliente demanda tempo, trabalho e dinheiro.
"Uma marca leva anos para ser construída", atesta Wlamir Bello, 49, consultor de marketing do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Em alguns casos, porém, fazer mudanças radicais na cara da empresa é interessante -ou até mesmo essencial.
"A mudança é um sinalizador de que algo está diferente para melhor, seja uma nova direção, um outro segmento em que a empresa vai atuar ou algo diferente que vai começar a oferecer aos clientes", explica Bello.

Imagem profissional
No início deste ano, Heitor Nunes Bover, 31, convenceu seus sócios a fazer uma mudança na comunicação visual da Arco Íris Sinalização Viária, empresa familiar que está há 14 anos no mercado.
Com atuação na área de radares eletrônicos e tendo prefeituras como clientes, a empresa estava consolidada no mercado. "Mas o visual da marca não transmitia o grau de profissionalização", lembra Bover.
Ele contratou uma agência para remodelar o visual da companhia, e uma das primeiras propostas foi mudar o nome da firma para Arco Sinal.
"O novo nome e o novo logotipo transmitem melhor uma imagem de empresa organizada, séria e com foco em tecnologia de ponta", aposta Hélio Moreira, diretor da New Growing, agência que Bover contratou.
Além do nome, a agência criou um site, padronizou os uniformes, fez um e-mail personalizado e cartões de visita para os funcionários, itens que não existiam antes.
A empresa investiu cerca de R$ 20 mil na remodelação. "Ainda não medimos o retorno financeiro, mas os parceiros e os clientes, internos e externos, estão com uma boa impressão. Nossa empresa ganhou um ar profissional", destaca Bover.


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