São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2004 |
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Mercado de bufês cai na balada teen
Depois da multiplicação das casas para festas infantis, público adolescente vira novo foco do setor TATIANA DINIZ DA REPORTAGEM LOCAL O mercado de bufês entrou na adolescência. E, com o novo direcionamento, caiu na balada. Depois de apostar alto nas crianças -com uma verdadeira onda de estabelecimentos voltados às festas infantis que invadiu a cidade nos últimos anos-, a nova tendência do segmento são os espaços focados no público teen. "Adolescente não consome nada com rótulo de "infantil". Se é para vender para eles, o produto tem de ter cara de que é para adulto", observa Karin Mancusi, 28, sócia-proprietária da Blast. A casa foi inaugurada em setembro na Vila Olímpia, zona oeste de São Paulo, bairro estrategicamente escolhido para a empreitada. "Os teens sonham com as baladas que acontecem nessa região, mas ainda não têm idade para freqüentar as casas noturnas. Com a novidade, podem dar suas próprias festas lá", diz Mancusi. Antes de partir para o plano de negócios, a empresária chegou a contratar um instituto de pesquisas para ajudá-la a saber mais sobre o nicho em que decidiu apostar. "No começo, queria descobrir como as crianças maiores desejavam fazer suas festas, mas acabei de fato me orientando ao público de 15 a 18 anos, que não contava com espaços diferenciados." Uma lista de discussão na internet ajudou-a a coletar expectativas e sonhos dos potenciais clientes. A partir dos dados obtidos, a empresária partiu para um projeto arquitetônico ousado, que inclui pista de dança em vidro azul e móveis com design exclusivo. O luxo tem seu preço, e a balada pode custar R$ 200 por convidado. Cuidados redobrados O nicho recém-descoberto promete roubar uma fatia das comemorações realizadas nos grandes parques, como Hopi Hari e Playcenter. Mas quem já atende a esse público ensina que o negócio requer cuidados redobrados. "É preciso estar muito atento aos detalhes. Por exemplo, é certo que as meninas cansam do salto e ficam descalças na festa. Para que não se machuquem, é preciso que o chão da pista permaneça impecável e que o uso de vidro seja reduzido", comenta Rosângela Veiga, dona do bufê Planet Mundi. O empreendimento -que surgiu com a proposta de ser versátil o suficiente para atender simultaneamente a crianças, adolescentes e adultos- tenta hoje ampliar a participação das festas teen no faturamento. "Já respondem por 30% do volume de eventos. Queremos o dobro neste ano." Com ou sem álcool? O cardápio também exige cuidados especiais. Bebida alcoólica, por exemplo, é o item polêmico. Servi-la ou não é algo a ser discutido abertamente com os contratantes -no caso, os pais ou responsáveis pelo "dono" da festa. Embora no geral os teens peçam que haja álcool, a opção politicamente correta é servir drinques não-alcoólicos, para não entrar em conflito com a legislação. Pensando nesse público, a Equipo (empresa de serviços de bar) lançou dois novos menus de drinques: um totalmente sem álcool e outro de baixo teor alcoólico. "Ajuda, mas não basta. Se as bebidas têm baixa dosagem, e o adolescente quer se embebedar, ele toma 30 doses. Por isso os "barmen" são treinados para monitorar os convidados e dizer um belo "não" se for o caso", conta o sócio-proprietário da Equipo Douglas Batista, 31. A partir das 2h, entram em cena as bebidas à base de sorvete. "Enchemos todos de açúcar para reanimá-los", afirma. Próximo Texto: "Parabéns" dá lugar a atração radical Índice |
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