São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006 |
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DOIS EM UM Empresários abrem a 2ª loja por perto para crescer
Barrar entrada de rivais é um dos principais motivos da iniciativa ANDRESSA ROVANI DA REPORTAGEM LOCAL Abrir uma segunda unidade é sinal de que os negócios vão bem. Afinal, espera-se que, com a ampliação, seja possível atingir outros públicos e tornar a marca mais difundida. Mas nem sempre isso significa abrir a filial longe da matriz. Há empresários que elegem o segundo ponto a menos de um quilômetro da primeira unidade. Crescer quase sem sair do lugar é estratégia comum em shoppings, já que seu mar de lojas torna a tática da "autoconcorrência" um bom negócio. Seja para franqueados seja para empreendedores, o "efeito rede" tem o poder de fortalecer o marketing e de atrair clientes. Segundo Alessandro Saade, diretor da Mercatus, a necessidade de expansão física e o desejo de oferecer conveniência ao cliente estão entre os motivadores. E há outro: o de barrar a entrada dos concorrentes. Marcia Imori, 33, é prova disso. Sua empresa, a Sayuri Presentes, começou com ela e sua mãe, Irene, participando de feiras em shopping aos domingos. A procura tornou-se tão grande que a empresária decidiu que era hora de abrir um ponto fixo. Há oito anos, Imori inaugurou o primeiro quiosque, no Shopping D, e saiu em busca de um espaço no Aricanduva, que levou dois anos para surgir. A aceitação foi tão boa que, cinco meses depois, nasceu o segundo ponto no Aricanduva. Foi o risco de ter um concorrente dividindo o consumidor um dos principais motivos que incentivou a ampliação do negócio. "Não queríamos dar espaço para outra empresa." Agora, Imori prepara-se para trocar os 12 m2 de um dos quiosques pelos 60 m2 de uma loja. "Na maioria das vezes, o cliente é fiel a uma das lojas", reforça Saade. "O que pode ocorrer é uma venda cruzada, mas não há canibalismo", diz. Clientes diferentes Antes de ter outra loja no mesmo espaço, é preciso identificar se há públicos distintos para cada uma. Na rede de acessórios Chilli Beans, a dupla quiosque/loja é quase lei. Ygor Gonçalves, 25, já era franqueado de dois quiosques -um no shopping Butantã, outro no SP Market- quando a rede o incentivou a assumir uma nova loja no Butantã. No começo, lembra, achou que não teria público para tanto. "Hoje, a loja fatura cerca de 60% a mais que o quiosque, e o custo fixo caiu", diz ele, acrescentando que há perfis de consumidor bastante distintos. Jarbas Beznos, 40, e Marcio Rosenberg, 37, sócios das unidades Chilli Beans do shopping Plaza Sul, reforçam dizendo que "alguns se sentem intimidados a entrar na loja e outros não gostam de abrir a carteira no quiosque". "E os produtos são os mesmos", destaca Beznos, que se prepara para abrir loja no shopping Frei Caneca, onde já conta com o quiosque. Próximo Texto: Objetivos Índice |
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