São Paulo, domingo, 19 de junho de 2011


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Inadimplência reduz caixa de micro e pequena empresa

Atraso de pagamentos cresce 8,21% em 2011 e compromete capital de giro

EDUARDO ANIZELLI/FOLHAPRESS
José Carlos Suzuki, em sua empresa

MARCOS DE VASCONCELLOS
DE SÃO PAULO

A proximidade das festas juninas sempre aqueceu o caixa da Vitória Som, de aparelhagem para festas. Este ano, porém, foi diferente.
Nos últimos cinco meses, os cheques pré-datados que o proprietário da empresa, José Carlos Kenji Suzuki, 55, tenta descontar no banco têm voltado mais do que o usual. A inadimplência dos clientes duplicou ""está agora em 4%. Faltou até mesmo dinheiro para investir em aparelhagem para eventos nesse período, considerado por ele um dos mais lucrativos do ano.
"Até clientes antigos e tradicionais da loja estão atrasando o pagamento", reclama o empreendedor.
Para tentar manter o capital de giro "intacto", o empresário diz descontar duplicatas. Mesmo assim, há perdas. As taxas nas transações estão cada vez mais altas, o que continua reduzindo a possibilidade de novos investimentos, segundo Suzuki.
A equação de maior inadimplência e juros mais altos não tem sido sentida apenas na Vitória Som. A quantidade de pagamentos atrasados no país tem aumentado desde fevereiro. Segundo a CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas), a inadimplência do consumidor registrou alta de 8,21% em maio de 2011, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Quem mais sofre com esse aumento são as micro e pequenas empresas, na avaliação do presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior.
Isso porque negócios desses portes costumam trabalhar com cheques pré-datados e não possuem infraestrutura para concessão de crédito ao consumidor.
"O empresário tira [um montante] do capital de giro da companhia e fica sem dinheiro na hora em que precisa", analisa Pelizzaro. Segundo o presidente da CNDL, o agravante da questão é essas companhias só identificarem o problema "quando estão sem recursos para comprar e sem produtos para vender".


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