São Paulo, domingo, 19 de agosto de 2007


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em foco

Jogos ganham a telinha do celular

Diversificar o público e licenciar marca conhecida agregam mais valor ao produto

MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para alguns é pura diversão. Mas, para outros, criar jogos eletrônicos rende dividendos -especialmente para quem está de olho na telinha do celular.
Apesar de o mercado ainda ser restrito, reserva chance de crescimento. Segundo o instituto de pesquisa norte-americano Jupiter Research, os jogos para celular somaram 9% do mercado de jogos dos Estados Unidos em 2006, marca que deve chegar a 12% em 2011.
Outra pesquisa, da consultoria Frost & Sullivan, revelou que só 9% dos downloads feitos em celulares na América Latina em 2005 foram de jogos.
"Há cerca de 106 milhões de aparelhos no Brasil e muita tecnologia a ser aprimorada, como fazer com que dois usuários de celular joguem o mesmo jogo", diz Bernardo Manfredini, 26, consultor da Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos).
"Jogos são tendência menos acentuada do que outras tecnologias para celular, como internet", contrapõe Neil Strother, analista do Jupiter Research.
Para ganhar um espaço nesse mercado, a dica é se especializar e se qualificar. "Se a firma tem um produto diferenciado ou feito para um público diversificado, como o feminino, tem mais poder de barganha", afirma Marcelo Carvalho, 30, sócio-diretor da Devworks, empresa que cria softwares.
Um dos pontos a favor dos jogos para celular é o preço final. Com R$ 10 é possível comprar um jogo, fazer um download e instalá-lo no celular.
"Uma economia de cerca de 90% em relação ao preço de jogos para consoles como Nintendo e computadores", afirma João Marcos Oliveira, 29, diretor-superintendente da Tec Toy Mobile, empresa que faz "porting" -adapta jogos de celular para outros eletrônicos.
O atrativo preço final, porém, não significa lucro certo. A negociação de um jogo com uma operadora é, geralmente, intermediada por uma distribuidora, responsável pelo marketing, que fica com parte do lucro.
"Se o empresário ganhar por jogo vendido, o retorno médio de seu investimento, que chega a R$ 60 mil, é de 8 a 14 meses", conta Jairo Margatho, 24, diretor de negócios da Overplay.
Analisando riscos, ele optou por investir em outro campo: os "advergames". "São voltados a campanhas publicitárias e vendidos por projeto, por isso o retorno é mais rápido."
Já o empresário Carlos Estigarribia, 33, decidiu se especializar em jogos para o varejo. Em feiras internacionais, percebeu esse nicho de mercado no Brasil. Após exportar jogos e se tornar conhecido, vendeu a Luckz, em 2006, para a multinacional Skyzone, onde hoje é diretor.


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