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em foco
Jogos ganham a telinha do celular
Diversificar o público e licenciar marca conhecida agregam mais valor ao produto
MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para alguns é pura diversão.
Mas, para outros, criar jogos
eletrônicos rende dividendos
-especialmente para quem está de olho na telinha do celular.
Apesar de o mercado ainda
ser restrito, reserva chance de
crescimento. Segundo o instituto de pesquisa norte-americano Jupiter Research, os jogos
para celular somaram 9% do
mercado de jogos dos Estados
Unidos em 2006, marca que
deve chegar a 12% em 2011.
Outra pesquisa, da consultoria Frost & Sullivan, revelou
que só 9% dos downloads feitos
em celulares na América Latina
em 2005 foram de jogos.
"Há cerca de 106 milhões de
aparelhos no Brasil e muita tecnologia a ser aprimorada, como
fazer com que dois usuários de
celular joguem o mesmo jogo",
diz Bernardo Manfredini, 26,
consultor da Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos).
"Jogos são tendência menos
acentuada do que outras tecnologias para celular, como internet", contrapõe Neil Strother,
analista do Jupiter Research.
Para ganhar um espaço nesse
mercado, a dica é se especializar e se qualificar. "Se a firma
tem um produto diferenciado
ou feito para um público diversificado, como o feminino, tem
mais poder de barganha", afirma Marcelo Carvalho, 30, sócio-diretor da Devworks, empresa que cria softwares.
Um dos pontos a favor dos jogos para celular é o preço final.
Com R$ 10 é possível comprar
um jogo, fazer um download e
instalá-lo no celular.
"Uma economia de cerca de
90% em relação ao preço de jogos para consoles como Nintendo e computadores", afirma
João Marcos Oliveira, 29, diretor-superintendente da Tec
Toy Mobile, empresa que faz
"porting" -adapta jogos de celular para outros eletrônicos.
O atrativo preço final, porém,
não significa lucro certo. A negociação de um jogo com uma
operadora é, geralmente, intermediada por uma distribuidora, responsável pelo marketing,
que fica com parte do lucro.
"Se o empresário ganhar por
jogo vendido, o retorno médio
de seu investimento, que chega
a R$ 60 mil, é de 8 a 14 meses",
conta Jairo Margatho, 24, diretor de negócios da Overplay.
Analisando riscos, ele optou
por investir em outro campo:
os "advergames". "São voltados
a campanhas publicitárias e
vendidos por projeto, por isso o
retorno é mais rápido."
Já o empresário Carlos Estigarribia, 33, decidiu se especializar em jogos para o varejo. Em
feiras internacionais, percebeu
esse nicho de mercado no Brasil. Após exportar jogos e se tornar conhecido, vendeu a Luckz,
em 2006, para a multinacional
Skyzone, onde hoje é diretor.
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