|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"O mercado é fragmentado
demais"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Antes de cruzar as fronteiras é preciso prosperar no
Brasil. E, para isso, artistas e
galeristas precisam de visão
de conjunto, segundo Afonso
Luz, representante do Ministério da Cultura no comitê gestor do projeto da Apex
e assessor de políticas públicas para o setor.
"O mercado de arte é uma
série de iniciativas muito
atomizadas e ações muito
disputadas", opina.
O que falta, segundo Luz, é
articulação entre as galerias
e as instituições de arte. "A
gente precisa discutir o mercado de arte no Brasil, não as
galerias de arte no Brasil."
Ele faz outras críticas, especialmente quanto à falta
de política para definir o que
deve ou não ser exportado e
ao pouco poder aquisitivo
que as instituições nacionais
têm para manter coleções
consistentes.
Outra reflexão de Luz é
que o problema está em promover arte brasileira no exterior sem provocar um êxodo de obras representativas.
Ele revela que já não estimulam a venda de obras do
artista Hélio Oiticica (1937-1980) no exterior porque ele
"está mais próximo de patrimônio histórico do que produção contemporânea".
Também comenta que a
saída de obras importantes
do país "precipitou uma série
de mudanças" no ministério.
Quanto à falta de estímulo
a colecionadores de arte, Luz
sugere a criação de um estatuto que encoraje coleções
de arte com finalidade pública e permita a criação de
acervos consistentes no país.
Ele defende medidas para
aumentar o poder aquisitivo
de instituições brasileiras. "É
importante ter as principais
obras de arte brasileira no
país. Não é nacionalismo,
mas não podemos financiar a
ida de pesquisadores para
Londres para estudar a "Tropicália'", diz, em referência à
instalação de Oiticica vendida para a galeria britânica
Tate Modern.
(SM)
Texto Anterior: Custos e tributos brecam exportação Próximo Texto: Em foco: Jogos ganham a telinha do celular Índice
|