São Paulo, domingo, 19 de agosto de 2007


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"O mercado é fragmentado demais"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Antes de cruzar as fronteiras é preciso prosperar no Brasil. E, para isso, artistas e galeristas precisam de visão de conjunto, segundo Afonso Luz, representante do Ministério da Cultura no comitê gestor do projeto da Apex e assessor de políticas públicas para o setor.
"O mercado de arte é uma série de iniciativas muito atomizadas e ações muito disputadas", opina.
O que falta, segundo Luz, é articulação entre as galerias e as instituições de arte. "A gente precisa discutir o mercado de arte no Brasil, não as galerias de arte no Brasil."
Ele faz outras críticas, especialmente quanto à falta de política para definir o que deve ou não ser exportado e ao pouco poder aquisitivo que as instituições nacionais têm para manter coleções consistentes.
Outra reflexão de Luz é que o problema está em promover arte brasileira no exterior sem provocar um êxodo de obras representativas.
Ele revela que já não estimulam a venda de obras do artista Hélio Oiticica (1937-1980) no exterior porque ele "está mais próximo de patrimônio histórico do que produção contemporânea".
Também comenta que a saída de obras importantes do país "precipitou uma série de mudanças" no ministério.
Quanto à falta de estímulo a colecionadores de arte, Luz sugere a criação de um estatuto que encoraje coleções de arte com finalidade pública e permita a criação de acervos consistentes no país.
Ele defende medidas para aumentar o poder aquisitivo de instituições brasileiras. "É importante ter as principais obras de arte brasileira no país. Não é nacionalismo, mas não podemos financiar a ida de pesquisadores para Londres para estudar a "Tropicália'", diz, em referência à instalação de Oiticica vendida para a galeria britânica Tate Modern. (SM)


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