São Paulo, domingo, 20 de março de 2011


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Lance automático faz lucro despencar

Para não amargarem prejuízo, empresários desistem de fornecer para governo mesmo após vitória em leilão

DE SÃO PAULO

Os lances automáticos dados pelos robôs fazem com que os preços ofertados nos pregões desçam rapidamente. A reclamação dos empresários é que, com o uso da tecnologia por seus concorrentes, são obrigados a reduzir muito a margem de lucro.
A empresária A.C.V., que é sócia de uma loja de livros e revistas técnicos e afirma não usar o software, diz que a disputa não está mais em pé de igualdade. Para vencer no pregão, completa, é necessário tentar jogar abaixo do limite programado nos robôs, o que faz com que o volume de vendas tenha de ser maior para o negócio ter retorno.
Nessa tentativa de ganhar a licitação a qualquer preço, muitas empresas passam por cima da lucratividade e, para não amargarem prejuízo, têm de desistir do contrato, mesmo vencendo a disputa.
Contatadas, empresas que têm lances registrados em ata com menos de um segundo de diferença -sinal do uso dos softwares - e que desistiram das vendas após o leilão alegam que não usam robôs e que a desistência se dá por diferentes motivos, como aumento do custo da matéria-prima.
Para a professora de direito administrativo da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) Odete Medauar, o incentivo a lances menores é positivo.
"Muitas empresas que participam com frequência de licitação provavelmente terão que utilizar esse tipo de mecanismo no futuro", prevê.
Quem comemora o aumento do uso dos robôs nas licitações é o programador Igor Azevedo, que desenvolve softwares para lances automáticos em pregões e os vende no site www.data-fighter.com/BNET.html.
Ele explica que as vendas aumentaram bastante desde 2008, quando produziu o primeiro programa para participar das licitações. Azevedo diz que, em três meses, vendeu seus programas, chamados B-Net e C-Net, para cerca de 60 empresas.


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