São Paulo, domingo, 20 de maio de 2007


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MERCADO EM FATIAS

Processamento engatinha no país

Cortes especiais e porções são algumas alternativas para agregar valor à carne "in natura"

Renato Stockler/Folha Imagem
O empreendedor Ermelindo Borges, que apostou na representação de equipamentos italianos


MARIA CAROLINA NOMURA
ENVIADA ESPECIAL A FRANKFURT

O Brasil é o maior exportador de carnes bovina e de frango "in natura" do mundo. Entretanto, quando o assunto é a indústria de processamento desses produtos, o país ainda dá os seus primeiros passos.
A pouca expressividade no segmento de maquinário e processamento denota mais: a carne brasileira ainda é vendida como "commodity", em que quase não há valor agregado.
É o que diz o diretor-executivo da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Antonio Jorge Camardelli. Porém, segundo ele, o cenário está mudando.
A começar pelos frigoríficos. Para Camardelli, esses estabelecimentos conseguiram "encurtar a cadeia" e já comercializam artigos beneficiados diretamente para o distribuidor.
"Deixamos de vender o produto para que eles [os importadores] fizessem o carpaccio. Hoje mandamos o carpaccio."
Outro ponto positivo, aponta, foi o aumento das opções de corte em porções controladas. "Como o Brasil não exporta hambúrguer e almôndega -que são processados-, enviamos bandejas com porções com dez filés pesando 200 gramas."
O diretor-executivo da Abiec diz acreditar que a médio e longo prazos haverá demanda de produtos mais trabalhados. "Hoje estamos investindo em tiras, palito e carne em cubo."

Valor agregado
Tendência mundial, o investimento que as empresas têm feito em processamento de carne pôde ser visto na Iffa (Feira Internacional da Indústria da Carne), a maior do setor, que terminou no último dia 10, em Frankfurt, na Alemanha.
Segundo Luis Celso, diretor da Unipac, de embalagem, um dos quatro expositores brasileiros da Iffa, o aumento do consumo de carnes processadas na Europa (cerca de 3%) é um fator que tem contribuído para o crescimento das vendas de embalagens e de tripas especiais.
"[Investir em embalagem] é uma maneira de agregar valor aos produtos brasileiros."
O consultor Vicenzo Mastrogiacomo é ainda mais enfático. Para ele, nos próximos cinco anos, a produção de carne deve crescer e atingir a Europa, o Japão e o Oriente Médio.
"As condições sanitárias impostas pelo mercado externo obrigarão o empresário a agregar valor a seus produtos."
Segundo a Abiec, até abril deste ano, o volume de exportações de carne brasileira "in natura" cresceu 50%, em relação ao mesmo período do ano passado, somando US$ 1,42 bilhão.

A jornalista viajou a convite da Messe Frankfurt Feiras


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