São Paulo, domingo, 20 de maio de 2007


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MERCADO EM FATIAS

Indústria da carne exige diferencial

Mapear oportunidades e investir no mercado externo são caminhos para expansão

DA ENVIADA A FRANKFURT

Diversificar. Essa é a palavra de ordem para as pequenas empresas ganharem destaque na cadeia produtiva da carne, segundo empresários brasileiros.
De acordo com João Batista de Mendonça, engenheiro químico e técnico de qualidade da Perdigão (indústria alimentícia), uma alternativa para as firmas menores é aproveitar a onda de produtos funcionais -que melhoram, por exemplo, o desempenho do intestino.
"A empresa não precisa ser grande para enriquecer um suco com cálcio ou ferro. É um procedimento relativamente simples que já agrega valor à mercadoria", exemplifica.
Mendonça acrescenta que exportações também devem fazer parte do planejamento.
Foi pensando no mercado internacional que o engenheiro agrônomo Luis Akio Hashiba montou sua consultoria.
Especializado no mercado japonês, Hashiba auxilia pequenos e médios abatedouros a exportar frango. Entre as principais dificuldades do pequeno empresário, aponta, está o baixo valor agregado do produto.
"Por causa da gripe aviária, a Tailândia e a China não podem mais exportar produtos crus. Portanto, desde 2003, investem pesado nos cozidos", diz.
O consultor afirma que essa poderia ser uma opção para as pequenas brasileiras, não fosse o procedimento tão caro.
"A saída é investir em cortes especiais, como asa e filé de coxa desossado, além de vender os produtos em bandejas separadas por gramatura", orienta.
Encontrar as lacunas do mercado e preenchê-las com novos produtos é uma fórmula que, geralmente, dá certo.

Mapeamento
Percebendo a carência de produtos sem glúten na área de empanados, o empresário João Baptistella investiu em itens sem essa característica.
"Serão farinhas para bolos, pães e empanados", diz.
Já a empresária Belkiss Tavares buscou seu diferencial ao produzir uma proteína de carne -utilizada para dar textura e fazer a ligação de gordura em carnes embutidas.
"Só existia proteína de soja. Foi um investimento de dez anos de pesquisa em parceria com universidades", conta.
Atualmente, a empresária tem uma média indústria e diz estar pronta para exportar a sua invenção. (MCN)


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