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MERCADO EM FATIAS
Indústria da carne exige diferencial
Mapear oportunidades e investir no mercado externo são caminhos para expansão
DA ENVIADA A FRANKFURT
Diversificar. Essa é a palavra
de ordem para as pequenas empresas ganharem destaque na
cadeia produtiva da carne, segundo empresários brasileiros.
De acordo com João Batista
de Mendonça, engenheiro químico e técnico de qualidade da
Perdigão (indústria alimentícia), uma alternativa para as firmas menores é aproveitar a onda de produtos funcionais
-que melhoram, por exemplo,
o desempenho do intestino.
"A empresa não precisa ser
grande para enriquecer um suco com cálcio ou ferro. É um
procedimento relativamente
simples que já agrega valor à
mercadoria", exemplifica.
Mendonça acrescenta que
exportações também devem fazer parte do planejamento.
Foi pensando no mercado internacional que o engenheiro
agrônomo Luis Akio Hashiba
montou sua consultoria.
Especializado no mercado japonês, Hashiba auxilia pequenos e médios abatedouros a exportar frango. Entre as principais dificuldades do pequeno
empresário, aponta, está o baixo valor agregado do produto.
"Por causa da gripe aviária, a
Tailândia e a China não podem
mais exportar produtos crus.
Portanto, desde 2003, investem pesado nos cozidos", diz.
O consultor afirma que essa
poderia ser uma opção para as
pequenas brasileiras, não fosse
o procedimento tão caro.
"A saída é investir em cortes
especiais, como asa e filé de coxa desossado, além de vender
os produtos em bandejas separadas por gramatura", orienta.
Encontrar as lacunas do
mercado e preenchê-las com
novos produtos é uma fórmula
que, geralmente, dá certo.
Mapeamento
Percebendo a carência de
produtos sem glúten na área de
empanados, o empresário João
Baptistella investiu em itens
sem essa característica.
"Serão farinhas para bolos,
pães e empanados", diz.
Já a empresária Belkiss Tavares buscou seu diferencial ao
produzir uma proteína de carne -utilizada para dar textura
e fazer a ligação de gordura em
carnes embutidas.
"Só existia proteína de soja.
Foi um investimento de dez
anos de pesquisa em parceria
com universidades", conta.
Atualmente, a empresária
tem uma média indústria e diz
estar pronta para exportar a
sua invenção.
(MCN)
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