São Paulo, domingo, 20 de junho de 2004


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FRANCHISING

Observar estratégias adotadas pelas empresas auxilia empresário a escolher marca em que investirá

Redes revelam seus planos de expansão

BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Grandes redes de franquias revelaram mudanças em suas estratégias de expansão no país durante a ABF Franchising Expo, maior feira brasileira do setor, que terminou ontem em São Paulo.
Para candidatos a franqueados, conhecer o projeto de crescimento da marca pela qual se interessam ajuda a entender em que fase a rede se encontra (se está conquistando mercados ou se está próxima da saturação, por exemplo) e a perceber de que forma a empresa organiza sua expansão.
É que, no mundo do franchising, abrir muitas unidades de uma só vez e crescer 30%, 50% ou 100% ao ano, ao contrário do que ocorre em outros setores da economia, pode indicar que a empresa vai mal, que vende franquias sem critério e que se aventura em uma expansão irresponsável.
Os centros de conveniência e serviços (espécie de minishoppings de rua) e os postos de gasolina são as grandes vedetes no que tange ao ponto comercial.
A Casa do Pão de Queijo, por exemplo, revelou que vai expor em uma feira de postos de gasolina nos próximos dias. O objetivo é potencializar o crescimento nos espaços de lojas de conveniência. Hoje a rede tem cerca de 40 lojas e cerca de 200 torres em postos.
Do outro lado, a Ipiranga, que barateou alguns produtos na franquia AM/PM (loja de conveniência) para competir com o preço dos supermercados, quer atrair também outras marcas para seus postos. A Ipiranga tem em seus pontos-de-venda 12 lojas da Casa do Pão de Queijo, sete do McDonald's e seis da Blockbuster.
Com 21 pontos em São Paulo, todos em shoppings, o Spoleto quer abrir agora lojas de rua.
Na Fotoptica, na Siciliano e na Sapataria do Futuro, a aposta é converter em franquias suas as lojas que atuam no mesmo ramo.
O Bob's, que, no ano passado, lançou sua loja compacta -a "superminiloja", estrutura pré-fabricada em aço-, revelou à Folha que sua próxima cartada é uma versão drive-thru do projeto, com investimento 30% menor do que o de um drive-thru tradicional.
Na Microlins, a meta é expandir a marca com o formato Microlins SAT, de aulas via teleconferência, instalando 1.500 franquias em três anos, 200 delas ainda em 2004. O plano é levar a franquia a municípios pequenos para receber a escola tradicional. José Carlos Semenzato, presidente da rede, diz que não há exagero. "Há mercado. O problema nas cidades pequenas é a ausência de bons professores. O modelo resolve isso."
Na feira, outra marca de cursos de treinamento à distância anunciou sua entrada no país. É a americana Educartis, que adota o modelo de "home office" (com internet sem fio) e pretende ter 50 franqueados até dezembro.

Precipitação
Após três horas da abertura da feira, o Instituto Embelleze anunciou que já havia vendido sete franquias a visitantes. A lei proíbe a venda de franquias sem o prazo de dez dias entre a entrega da Circular de Oferta de Franquia e a assinatura do contrato. Questionado pela Folha, no entanto, Marcelo Toledo, executivo da rede, afirmou que não houve vendas, mas "reservas de ponto".


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