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NEGÓCIO EM FOCO
Produto deve ter inscrição da Anvisa
Dólar faz perfume genérico ganhar espaço
DA REDAÇÃO
Os genéricos não são exclusividade do setor farmacêutico. Versões até 70% mais baratas que os
originais importados, esses perfumes, conhecidos no mercado como contratipos, são aqueles que
usam a mesma essência dos famosos, mas num grau menor.
Enquanto os originais usam até
15% da essência (o item mais caro
da produção do perfume, responsável pela fixação do produto), os
genéricos usam de 10% a 13%.
"As empresas que fazem questão de manter qualidade, usando
um teor mais próximo ao do original, são as que se destacam", diz
Mônica Lacerda, 26, diretora comercial da Essenza Reale, que tem
no catálogo 27 fragrâncias "inspiradas" em perfumes de renome.
O termo "inspiração de fragrância", aliás, faz toda a diferença entre os contratipos e os piratas. Os
genéricos podem ser produzidos
legalmente, desde que tenham
inscrição na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Quem trabalha com esses produtos geralmente identifica os
perfumes por códigos, em embalagens diferentes das que contêm
o produto original, numa tentativa de baratear a produção e de
mostrar ao público-alvo que se
trata de uma "inspiração" em X, e
não de enganar o cliente, fazendo-o pensar que é o perfume X.
"Usamos a mesma embalagem
para todos os produtos, o que diferencia é a tampa. Como não foram elaborados por designers famosos, o preço cai. Cada perfume
sai por R$ 40", afirma Lacerda,
que está no ramo desde 2003.
Falta de criatividade
No catálogo da Fator 5, fabricante de perfumes que está há nove anos no mercado, já existem 69
contratipos. "Decidimos nos dedicar somente a esse segmento
justamente na época em que houve a invasão dos importados. O
dólar custava R$ 1, mas, mesmo
assim, muitos não podiam comprá-los", conta Juliana Carvalho,
24, diretora financeira.
"Começamos a produzir contratipos e, quando o dólar voltou a
subir, até quem tinha melhores
condições passou a comprar perfumes genéricos", completa. "Nós
não investimos em publicidade
nem pagamos royalties, porque
não usamos o nome oficial. Por isso cobramos menos."
Carvalho, da Fator 5, diz que
vencer a barreira das pessoas que
evitavam o produto por pensar
que era pirataria exigiu um trabalho intenso de marketing. "Como
trabalhamos de porta em porta,
distribuíamos amostras grátis nas
visitas para conquistar o público.
Nosso volume de vendas atual é
de 200 mil perfumes por mês."
João Carlos Basílio da Silva, presidente da Abihpec (Associação
Brasileira da Indústria de Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), diz que, embora não seja ilegal, comercializar contratipos denota "falta de criatividade". "Sou
contra. Se a empresa modifica algo na fragrância e personaliza o
produto, é outra história."
Para se tornar revendedor ou
distribuidor, é preciso comprar
um kit com amostras que sai por
R$ 90 na Essenza Reale (0/xx/11/
3082-0550, www.essenzareale.
com.br) e por R$ 48 na Fator 5
(0800-7735553).
(PAULA LAGO)
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