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GESTÃO
Dica é herança de Sun Tzu
Empresária não deve mimar equipe
DA REDAÇÃO
Desde os dez anos de idade, a
chinesa Chin-Nig Chu ouvia seu
pai ler os clássicos chineses de estratégia, entre os quais "A Arte da
Guerra", do general Sun Tzu.
Hoje, já na terceira idade (sua
data de nascimento é guardada
sob sigilo absoluto), a escritora
resolveu somar às memórias
que guardou da infância, das histórias que ouvia do pai, a sua percepção da vida adulta.
Escreveu "A Arte da Guerra para Mulheres", lançado no Brasil
no final de 2003 pela Editora Fundamento e anteriormente em outros 11 países, como Alemanha,
Austrália, Cingapura, Coréia, Itália, Rússia, Suécia e Taiwan.
Na obra, Chu aplica os conceitos da guerra (descritos por Tzu
há cerca de 2.500 anos) ao comportamento feminino.
"Intuitivamente, as mulheres
sempre utilizaram algumas das
estratégias da arte chinesa da
guerra ao negociar com maridos,
namorados, filhos, patrões, amigos e clientes. Nós não sabíamos
que éramos estrategistas disfarçadas. Já está mais do que na hora de
aprendermos tudo o que se relaciona à arte da guerra", afirma.
Qualidades de cada sexo
Na opinião de Chu, que está no
Brasil para ministrar palestras sobre estratégias e negócios em empresas, o bom administrador tem
50% das qualidades masculinas e
50% das qualidades femininas,
independentemente de ele ser um
homem ou uma mulher.
"As masculinas são a liderança e
a força, por exemplo, e as femininas, a intuição, o carinho e o cuidado." O erro de algumas mulheres em posição de comando ou à
frente de um negócio, segundo
ela, está em abrir mão da "porção
masculina" para usar apenas as
características femininas.
"Nenhum comandante deve
travar uma guerra movido pela
raiva. Nenhum general deve lutar
uma batalha movido pela fúria."
Autocontrole e mimos
Os dizeres de Sun Tzu inspiram
um dos tópicos abordados pela
escritora em seu livro, que na China já vendeu mais de 250 mil
exemplares. Segundo ela, a administradora não deve espalhar sua
raiva no local de trabalho por falta
de autocontrole.
"Não seja tão amorosa" e "nunca mime demais", aconselha ela
no livro. O motivo? "Manter o respeito. Tem de saber ser amorosa,
porque é uma das características
da mulher, mas também é preciso
saber dizer não. E muitas mulheres, tanto com os filhos como na
vida profissional, têm essa dificuldade. A vida é um paradoxo: se
você mima ou trata muito bem, a
tendência é perderem o respeito."
Para fortalecer sua teoria, a autora aponta dois trechos de Sun
Tzu: "Quando você é complacente com as tropas, compromete a
sua autoridade. Delicadeza em
excesso gera desrespeito às ordens" e "O excesso de complacência vai transformar os soldados
em um bando de crianças mimadas, descontroladas e inúteis".
"Quero mostrar que o que digo
no livro está realmente embasado
na teoria milenar de Sun Tzu.
Acho que muitas pessoas não sabem aplicar para os dias de hoje o
que ele escreveu há tantos anos",
diz ela, que acredita que essa interpretação pode ser muito útil no
dia-a-dia, inclusive no que diz respeito à liderança e à administração de negócios.
Em maio, a escritora viaja à Polônia, onde tem encontro marcado com a primeira-dama daquele
país. "Ela ficou muito impressionada com o que leu", afirma.
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