São Paulo, domingo, 21 de março de 2004


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GESTÃO

Dica é herança de Sun Tzu

Empresária não deve mimar equipe

DA REDAÇÃO

Desde os dez anos de idade, a chinesa Chin-Nig Chu ouvia seu pai ler os clássicos chineses de estratégia, entre os quais "A Arte da Guerra", do general Sun Tzu.
Hoje, já na terceira idade (sua data de nascimento é guardada sob sigilo absoluto), a escritora resolveu somar às memórias que guardou da infância, das histórias que ouvia do pai, a sua percepção da vida adulta.
Escreveu "A Arte da Guerra para Mulheres", lançado no Brasil no final de 2003 pela Editora Fundamento e anteriormente em outros 11 países, como Alemanha, Austrália, Cingapura, Coréia, Itália, Rússia, Suécia e Taiwan.
Na obra, Chu aplica os conceitos da guerra (descritos por Tzu há cerca de 2.500 anos) ao comportamento feminino.
"Intuitivamente, as mulheres sempre utilizaram algumas das estratégias da arte chinesa da guerra ao negociar com maridos, namorados, filhos, patrões, amigos e clientes. Nós não sabíamos que éramos estrategistas disfarçadas. Já está mais do que na hora de aprendermos tudo o que se relaciona à arte da guerra", afirma.

Qualidades de cada sexo
Na opinião de Chu, que está no Brasil para ministrar palestras sobre estratégias e negócios em empresas, o bom administrador tem 50% das qualidades masculinas e 50% das qualidades femininas, independentemente de ele ser um homem ou uma mulher.
"As masculinas são a liderança e a força, por exemplo, e as femininas, a intuição, o carinho e o cuidado." O erro de algumas mulheres em posição de comando ou à frente de um negócio, segundo ela, está em abrir mão da "porção masculina" para usar apenas as características femininas.
"Nenhum comandante deve travar uma guerra movido pela raiva. Nenhum general deve lutar uma batalha movido pela fúria."

Autocontrole e mimos
Os dizeres de Sun Tzu inspiram um dos tópicos abordados pela escritora em seu livro, que na China já vendeu mais de 250 mil exemplares. Segundo ela, a administradora não deve espalhar sua raiva no local de trabalho por falta de autocontrole.
"Não seja tão amorosa" e "nunca mime demais", aconselha ela no livro. O motivo? "Manter o respeito. Tem de saber ser amorosa, porque é uma das características da mulher, mas também é preciso saber dizer não. E muitas mulheres, tanto com os filhos como na vida profissional, têm essa dificuldade. A vida é um paradoxo: se você mima ou trata muito bem, a tendência é perderem o respeito."
Para fortalecer sua teoria, a autora aponta dois trechos de Sun Tzu: "Quando você é complacente com as tropas, compromete a sua autoridade. Delicadeza em excesso gera desrespeito às ordens" e "O excesso de complacência vai transformar os soldados em um bando de crianças mimadas, descontroladas e inúteis".
"Quero mostrar que o que digo no livro está realmente embasado na teoria milenar de Sun Tzu. Acho que muitas pessoas não sabem aplicar para os dias de hoje o que ele escreveu há tantos anos", diz ela, que acredita que essa interpretação pode ser muito útil no dia-a-dia, inclusive no que diz respeito à liderança e à administração de negócios.
Em maio, a escritora viaja à Polônia, onde tem encontro marcado com a primeira-dama daquele país. "Ela ficou muito impressionada com o que leu", afirma.


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