São Paulo, domingo, 22 de setembro de 2002


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Consultores e empresários avisam sobre riscos como ter poucos clientes ou errar ao definir preços

Setor enfrenta muita concorrência

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A terceirização é uma tendência há vários anos, mas isso não significa que haja mercado à vontade para os prestadores de serviço, advertem empresários e consultores ouvidos pela Folha.
Seja qual for o setor escolhido, é preciso tomar cuidado com concorrência excessiva, dependência de poucos clientes e definição de preços abaixo dos custos.
Quer para grandes, quer para pequenos, interessados em entrar no ramo devem saber que o mercado está cada vez mais exigente.
A lógica da terceirização -uma empresa que fabrica chocolate, por exemplo, deve centrar-se nessa tarefa e delegar atividades como limpeza a companhias especializadas- exige agora que o prestador de serviço, além de ter bom preço, personalize o trabalho de acordo com o cliente e seja rápido na resolução dos problemas que surgirem.
Para ter essa agilidade, deve-se conhecer melhor as atividades das empresas contratantes. Uma das críticas mais comuns é que há pouca ou nenhuma ligação entre os funcionários terceirizados e as empresas onde trabalham.
Quem quiser ganhar mercado tem de reverter essa imagem. Ter cuidado redobrado na hora de selecionar e treinar os funcionários da companhia pode ajudar, dizem especialistas da área.

Riscos
"Ao mesmo tempo em que o empresário tem de personalizar o serviço, ele não pode ficar dependente de um único contrato. Terceirizado não tem patrão, tem clientes", afirma Soraya Gervásio, do Ietec (Instituto de Educação Tecnológica), de Minas Gerais.
Segundo Soraya, ficar "refém" de um único cliente acontece em muitas empresas.
Entre as novas, a situação ocorre com mais frequência por causa da forma como surgem muitos dos negócios: um funcionário de uma consolidada companhia usa o know-how que tem para montar sua própria empresa e leva com ele um ou dois clientes do trabalho anterior, suas únicas fontes de receita.

Custos
Outro problema comum na área é sucumbir à pressão por preços baixos na hora de definir preços. "As empresas exigem que as terceirizadas abaixem os preços para assinar ou renovar contratos", diz Armando Lourenzo, professor da Fundação Instituto de Administração, da Universidade de São Paulo.
Tentar entrar no mercado e ganhar clientes pelo preço só dá resultado por pouco tempo, diz Lourenzo. É uma das principais causas de quebra das empresas. (FM)


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