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Para atacado, comprador só quer preço
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Endurecer na negociação para obter descontos
vantajosos não costuma
funcionar no mercado de
FLV. Os produtos da categoria
não têm suas características
padronizadas,
como ocorre com o segmento dos
enlatados.
No entanto a cultura
predominante entre supermercadistas
é, segundo
alegam fornecedores,
pressionar pela redução
de preços e preferir negociar por
telefone.
O entrave desse modelo
é que, se uma lata de leite
em pó é a mesma em qualquer
lugar, no caso de uma
fruta, não.As oscilações de
preço são constantes, pois
seu valor é determinado
por variantes como sazonalidade
e interferências
do clima, que refletem em
sabor, grau de maturação,
tamanho e durabilidade.
Sem conhecimento
aprofundado sobre os critérios
de valoração da categoria,
os compradores
rejeitam a constante oscilação
desse mercado.
Segundo fornecedores,
apesar de essas variáveis
não serem compreendidas
pelo mercadista na hora
da negociação, é comum
que ele queira tirar partido dela quando lhe convém.
"O supermercado faz o
pedido e, se a venda [ao
cliente final] não acontece
conforme o esperado, ele
alega defeito na mercadoria
e devolve ao fornecedor",
confirma Sérgio Sun,
diretor da empresa atacadista Agro
Impacto.
Ele conta ter presenciado
"muito fornecedor pequeno
quebrar por causa
desse tipo de coisa".
Com essa política de negociação,
quem consegue
se manter no mercado fornecendo
para redes maiores
é, segundo Sun, quem
"repassa o prejuízo [da devolução]
para o produtor,
que acaba quebrando". (DB)
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