São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005


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GESTÃO

Empresários investem até 3% do faturamento bruto mensal com planos de seguro contra roubo e incêndio

Proteção da empresa esbarra em custos

MIRELLA DOMENICH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para seguir à risca o velho ditado "prevenir é melhor do que remediar", micro e pequenos empresários, no processo de abertura da firma ou mesmo depois, deparam-se com a seguinte questão: "Vale a pena fazer um seguro?" A resposta a essa pergunta divide os empreendedores, sobretudo por um motivo -o valor que é cobrado pelas seguradoras para manter a proteção do negócio.
"A contratação ou não do seguro corporativo depende muito do perfil pessoal do empresário", afirma José Roberto Alegre, diretor da importadora de equipamentos oftalmológicos Vistatek. "Procuro ter os mesmos cuidados na vida pessoal e empresarial", diz ele, que investe 3% do faturamento bruto mensal da companhia no pagamento de seguros. A Vistatek está protegida contra incêndios, roubos e problemas no transporte de carga, entre algumas outras eventualidades.
O empresário reclama, no entanto, do valor dos planos existentes no mercado que, segundo ele, "é muito alto". Para driblar os custos, por exemplo, a Vistatek protege contra incêndio apenas uma parcela do estoque. "Tenho de assumir parte dos riscos porque, se quiser ter a cobertura total, a despesa fica inviável." Além disso, acrescenta Alegre, "quando ocorreu um roubo de equipamento no depósito da companhia, o dinheiro da indenização só veio depois de um processo que durou mais de três meses".
É devido ao valor dos planos que a microempresária Joana Prata, proprietária de uma loja de material escolar e de escritório, não fez um seguro contra roubo. "Para diminuir as mensalidades, eu teria de instalar um sistema de segurança, o que, financeiramente, não compensava", justifica.
Já Manoel de Sá Benevides, diretor da Genomic Engenharia Molecular, empresa especializada em testes de DNA, prefere pagar o preço do seguro a correr o risco. O laboratório está localizado em um prédio com sistema de proteção 24 horas. Além do resguardo contra roubos, o executivo afirma reservar ainda 2,8% do faturamento bruto da firma para seguros como o de vida e contra incêndios e danos elétricos.
Para todos
Grande parte das seguradoras tem serviços voltados exclusivamente para micro e pequenos negócios. Alternativas não faltam: há planos que cobrem desde incêndio e doenças a danos a terceiros.
"Os pacotes voltados para esse nicho apresentam uma forma de contratação mais simplificada", informa João Paulo Mello, executivo da Minas Brasil Seguradora.
Segundo o presidente do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo), Leôncio de Arruda, o serviço mais procurado pelas micro e pequenas empresas é o de risco nomeado ou de risco variado. Mais conhecido no jargão das corretoras como "pacotinho", esse tipo de seguro pode incluir na mesma apólice diversas coberturas, escolhidas conforme as exigências do empreendedor.
"A partir do momento em que o empresário se dispõe a investir em uma firma, o seguro deve ser pensado como um fator de proteção de seus recursos", ressalta o consultor do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e especialista em risco financeiro Francisco Dorto.


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