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GESTÃO
Empresários investem até 3% do faturamento
bruto mensal com planos de seguro contra roubo e incêndio
Proteção da empresa esbarra em custos
MIRELLA DOMENICH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para seguir à risca o velho ditado "prevenir é melhor do que remediar", micro e pequenos empresários, no processo de abertura da firma ou mesmo depois, deparam-se com a seguinte questão:
"Vale a pena fazer um seguro?"
A resposta a essa pergunta divide
os empreendedores, sobretudo
por um motivo -o valor que é
cobrado pelas seguradoras para
manter a proteção do negócio.
"A contratação ou não do seguro corporativo depende muito do
perfil pessoal do empresário",
afirma José Roberto Alegre, diretor da importadora de equipamentos oftalmológicos Vistatek.
"Procuro ter os mesmos cuidados
na vida pessoal e empresarial",
diz ele, que investe 3% do faturamento bruto mensal da companhia no pagamento de seguros.
A Vistatek está protegida contra
incêndios, roubos e problemas no
transporte de carga, entre algumas outras eventualidades.
O empresário reclama, no entanto, do valor dos planos existentes no mercado que, segundo
ele, "é muito alto". Para driblar os
custos, por exemplo, a Vistatek
protege contra incêndio apenas
uma parcela do estoque. "Tenho
de assumir parte dos riscos porque, se quiser ter a cobertura total,
a despesa fica inviável." Além disso, acrescenta Alegre, "quando
ocorreu um roubo de equipamento no depósito da companhia, o dinheiro da indenização
só veio depois de um processo
que durou mais de três meses".
É devido ao valor dos planos
que a microempresária Joana
Prata, proprietária de uma loja de
material escolar e de escritório,
não fez um seguro contra roubo.
"Para diminuir as mensalidades,
eu teria de instalar um sistema de
segurança, o que, financeiramente, não compensava", justifica.
Já Manoel de Sá Benevides, diretor da Genomic Engenharia Molecular, empresa especializada em
testes de DNA, prefere pagar o
preço do seguro a correr o risco.
O laboratório está localizado em
um prédio com sistema de proteção 24 horas. Além do resguardo
contra roubos, o executivo afirma
reservar ainda 2,8% do faturamento bruto da firma para seguros como o de vida e contra incêndios e danos elétricos.
Para todos
Grande parte das seguradoras
tem serviços voltados exclusivamente para micro e pequenos negócios. Alternativas não faltam:
há planos que cobrem desde incêndio e doenças a danos a terceiros.
"Os pacotes voltados para esse
nicho apresentam uma forma de
contratação mais simplificada",
informa João Paulo Mello, executivo da Minas Brasil Seguradora.
Segundo o presidente do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores
de Seguros de São Paulo), Leôncio
de Arruda, o serviço mais procurado pelas micro e pequenas empresas é o de risco nomeado ou de
risco variado. Mais conhecido no
jargão das corretoras como "pacotinho", esse tipo de seguro pode
incluir na mesma apólice diversas
coberturas, escolhidas conforme
as exigências do empreendedor.
"A partir do momento em que o
empresário se dispõe a investir
em uma firma, o seguro deve ser
pensado como um fator de proteção de seus recursos", ressalta o
consultor do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e especialista em
risco financeiro Francisco Dorto.
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