São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011


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País sofre redução de micro e pequenas exportadoras

Queda é de 2,7% em 2010 em relação a 2009; valor comercializado sobe 7,6%

Pedro Silveira/Folhapress
Irone Sampaio, na sede da Conap, em Belo Horizonte (MG)

PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

Crise financeira internacional, valorização do real ante o dólar e alta tributação.
A somatória desses fatores resultou na queda de 2,7% no número de micro e pequenas empresas exportadoras em 2010 em relação ao ano anterior -elas passaram de 12.184 a 11.858. Entre médias e grandes, a redução foi de 0,1%.
Isso é o que mostra levantamento anual realizado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) a partir de dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e obtido com exclusividade pela Folha.
O montante exportado por micro e pequenas empresas, porém, cresceu 7,6% no mesmo período, chegando a US$ 2,027 bilhões em 2010. Em 2009, foi de US$ 1,883 bilhão.
Os resultados, embora aparentemente contraditórios, refletem a seleção natural das empresas, avalia Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae. "Enquanto algumas saem do mercado, outras se desenvolvem", compara o especialista.
Uma das hipóteses de Santos para a redução de exportadoras de micro e pequeno portes é o foco no mercado interno para "aproveitar o crescimento da economia".
Com a valorização do real em 2010 e crise dos EUA e da Europa, mirar o consumidor brasileiro foi a estratégia de algumas empresas.
Pequenos negócios são os mais prejudicados nesse cenário por terem menos poder político e participação no comércio exterior, diz Samy Dana, professor de finanças da Fundação Getulio Vargas.
Esses empreendimentos, porém, "contornam problemas mais facilmente porque têm equipe enxuta".

EXPERIÊNCIA
Exportações estão presentes em 4 dos 20 anos de existência da Conap (Cooperativa Nacional de Apicultura), que comercializa derivados de mel. Entre os países de destino estão Bélgica, Coreia do Sul, EUA e Japão.
O desafio para manter a cooperativa sólida, segundo o presidente, Irone Sampaio, 62, é estar preparado para produzir em maior ou menor quantidade, de acordo com as oscilações econômicas. As exportações, contabiliza ele, correspondem a 90% do faturamento da cooperativa.
"Enquanto em alguns países da Europa a crise resultou na queda de pedidos, em outros [como o Japão], a gente teve de triplicar a produção", afirma o executivo.



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