São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011


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Crise europeia muda plano de empresário

Crescimento econômico e populacional de países da Ásia contribui para alterar rumo de exportadores brasileiros

DE SÃO PAULO

Há três anos, 30% do faturamento da Concrete Solutions, desenvolvedora de softwares, era proveniente de exportações para países como Alemanha, Irlanda e México. Desde o ano passado, contudo, esse índice fica em 10%.
Os motivos, segundo o presidente, Fernando De La Riva, foram a valorização do real em 2010 e a crise econômica da Europa, que tornaram os produtos inviáveis financeiramente no exterior.
O fato de a empresa não reduzir os custos de produção dos softwares para competir por preço, frisa, foi um dos alicerces para superar a crise. "O diferencial do Brasil deve estar em produtos com alto valor agregado [feitos com tecnologia de ponta e mão de obra qualificada]", diz ele, que aposta nas vendas para a Arábia Saudita.
Para Edson Sadao, professor de empreendedorismo da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), enquanto países da Europa perdem espaço entre as pequenas empresas brasileiras, os asiáticos se tornam atrativos pelo crescimento econômico e populacional.

ESTRATÉGIA
"O segredo para micro e pequenos exportadores a partir de agora é explorar países que não se sustentam com sua própria produção interna", recomenda Sadao.
A tendência apontada pelo professor já pôde ser vista em 2010. Pesquisa do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) mostra que, de 2009 a 2010, houve crescimento de 11,3% no total exportado por micro e pequenas empresas brasileiras para o bloco Ásia-Pacífico. Para a União Europeia, a alta foi de 8,7%.
Explorar o mercado asiático está nos planos a longo prazo da Icab Chocolates Artesanais, empresa familiar criada há 81 anos.
"Planejava vender os produtos no exterior neste ano, mas, por causa da oscilação cambial,decidi postergar [as negociações]", reforça o proprietário, Luigi Mufone, 31.
A maior dificuldade, avalia, está em formar parceria com fornecedores. "Não temos poder de barganha."



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