DA REPORTAGEM LOCAL

Acompanhar as tendências e novidades do mercado e acrescentá-las ao mix de produtos é a lição de casa de quem vende para aficionados. Afinal, basta não achar na prateleira o produto que sonha para esse cliente "sumir".
Apesar de contabilizar que cerca de 50% da sua clientela é fiel, o empresário Cláudio Walter Neumann reconhece que os colecionadores de selo irão buscar seus concorrentes "se não acharem o que estão procurando".
Para evitar decepções, Neumann tenta manter um canal aberto com os fornecedores que permite agregar diversidade ao seu mix. "Tenho muitos selos na loja que foram cedidos em esquema de consignação. Só pago quando forem vendidos", conta.
Estoque diversificado também é a "isca" de Saul Jampolsky, 65, que comercializa latas de cerveja por uma loja virtual na internet. Aposentado do ramo de confecção, Jampolsky costumava viajar para comprar latas para sua própria coleção. "Passei a comprar em maior quantidade e hoje tenho estoque de 110 mil latas."
Ele explica que o negócio funciona de forma simples: os interessados fazem pedidos pela internet e recebem as encomendas por Sedex. O estoque é armazenado em casa, dispensando gastos fixos com o aluguel de uma sede.
Na Fast Runner, o diálogo com os fornecedores das cinco principais marcas de tênis para corrida tem como principal objetivo acompanhar de perto os lançamentos e rechear as vitrines com as novas tendências.
"É uma parceria interessante tanto para nós como para os fornecedores. Como somos especializados, certos modelos que num shopping poderiam virar "mico", são totalmente adequados para o nosso catálogo", analisa o gerente de marketing Chico Volpone.
Se o círculo dos que têm o modelismo como hobby já é restrito, o nautimodelismo reúne um grupo ainda menor. Mas foi nele que o microempresário Fernando Maciel, 40, localizou sua clientela.

Faça você mesmo
De acordo com dados da APN (Associação Paulista de Nautimodelismo), a cidade de São Paulo é carente de lojas que forneçam modelos prontos. A regra vigente ainda é o "faça você mesmo".
Por isso Maciel decidiu produzir miniaturas de lanchas, veleiros e navios em maior escala. Hoje os barcos são o carro-chefe da Maciel & Sant'Anna Comercial, que funciona na casa dele. "Concebo os modelos pensando no gosto de cada cliente. A criação é personalizada", conta. Mais da metade dos compradores são fiéis.
Para turbinar os negócios e vencer as fronteiras geográficas, a internet é uma ferramenta útil para quem vende para aficionados. A maioria dos empreendedores ouvidos pela Folha já contavam com estrutura virtual para facilitar os pedidos e angariar clientes.