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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003


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QUALIDADE DE VIDA

Refeição balanceada diminui incidência de doenças e melhora desempenho

Fator obesidade pesa nos negócios

PAULA LAGO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Hoje muitas pessoas devem ter feito ou ainda farão a fatídica promessa de domingo: "Amanhã começo um regime". Manter a palavra fica difícil já na hora do almoço, na empresa, com a variedade de pratos e com os colegas abusando de frituras, massas, doces e outros pecados nutricionais.
Para ajudar quem quer perder peso, empregadores de pequeno e médio portes têm seguido os grandes ao investir na educação alimentar dos funcionários. "Nossos clientes pedem refeições saudáveis, com energia na medida certa", diz Cristina Bernardes, 45, administradora-geral da Master Kitchen, empresa de alimentação coletiva que tem 22 pequenas e médias como clientes.
Não é só intuição ou modismo. Pesquisa do Abbott Laboratórios aponta que, entre obesos e pessoas com sobrepeso, emagrecer é mais difícil que parar de fumar e poupar dinheiro, por exemplo.
A pesquisa foi feita com 8.500 pessoas de 18 a 64 anos, em nove localidades (Alemanha, Brasil, Espanha, França, Hong Kong, Itália, México, Reino Unido e Taiwan), em fevereiro. Considerando-se o universo brasileiro, o número de obesos chega a 16 milhões de pessoas, cerca de 10% da população.
Apesar de campeãs na adesão a dietas, as mulheres sofrem menos com a obesidade: 33% têm sobrepeso contra 43% dos homens. O avanço da idade acompanha a maior concentração de pessoas com sobrepeso -na faixa de 55 a 64 anos, somam 46%.

Impacto
E por que o pequeno e o médio empreendedores resolveram regular o peso dos funcionários? "Pelo impacto das doenças provocadas pela obesidade no desempenho profissional", responde Jader Baima, 37, gerente médico do Abbott e endocrinologista.
Ele cita uma pesquisa da Universidade de Michigan (EUA) para comprovar a afirmação. Segundo o estudo, pessoas obesas ou com sobrepeso faltam 50% mais dias no trabalho que colegas com peso considerado normal.
"A maioria das pessoas ignora os objetivos da perda de peso. Não é só um benefício estético, mas uma redução no aparecimento de doenças cardiovasculares e respiratórias, hipertensão, diabetes, infarto, derrame etc."
Seja contratando nutricionistas ou mesmo distribuindo folhetos, conscientizar os empregados de que se alimentar bem influi na qualidade de vida tem sido a tônica das empresas que elegeram o sobrepeso como vilão.
Na Sara Lee Cafés foram promovidas palestras sobre obesidade aos funcionários, e nutricionistas supervisionam a alimentação servida no restaurante interno.
"Orientamos os funcionários a manterem a qualidade da alimentação em função da saúde", afirma Elisete Nogueira de Oliveira, 46, gerente de desenvolvimento e comunicação interna.
A tecnologia também ajuda. A Teknisa desenvolveu um software, o Tekfood (de R$ 1.500 a R$ 5.000, mais implantação), que gerencia alimentos e dietas especiais. "O nutricionista monta o cardápio levando em conta calorias, redução de custos e desperdícios", explica George Lima de Paula, 38, diretor de negócios.


Abbott: 0800-788889 (oferece palestras grátis); Master Kitchen: 0/xx/11/4343-6996: Teknisa: 0/xx/31/2122-2300.

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