Empresários dão características regionais a negócios para se estabelecerem na cidade

RAQUEL BOCATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Dentro dos limites da cidade de São Paulo há pequenos mapas de todos os outros Estados. São recortes formados por empreendimentos criados por migrantes, que imprimiram a seus negócios muitas das características da região de origem.
Alguns veem a oportunidade de vender algo que retrate sua terra natal quando ainda estão fora. Mas muitos identificam o nicho de mercado enquanto se acostumam à cidade.
"Só tive a percepção de que os doces que fazia para os amigos com frutas típicas do Norte poderiam ser vendidos em São Paulo quando já morava aqui", assinala a paraense Iolane Tavares, 46, dona da fábrica de doces Frutos da Amazônia.
Como ela, o baiano Carlos Maltez, 48, teve a inspiração para criar a Pão de Festa, padaria especializada em pão delícia, iguaria baiana, quando ele e os amigos reclamavam da falta do produto em São Paulo.
No entanto, a capital paulista oferece mais a esses empreendedores do que somente atender a clientes da mesma região de origem. Nessa mistura de povos, há a possibilidade de atingir também quem vem de outros Estados e países.
"Mas é preciso saber se adaptar", reflete o gaúcho Gilberto Saudades, que abriu uma loja de artigos como chimarrão e, hoje, oferece majoritariamente itens para equitação.
Em comemoração aos 455 anos de São Paulo, empreendedores das cinco regiões do país contam um pouco da trajetória da empresa e avaliam os prós e os contras da cidade.


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