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BID investe em formação de rede de investidor-anjo
Achar apoio financeiro é uma das dificuldades de novos empreendedores
RAQUEL BOCATO
DE SÃO PAULO
Os grupos de investidores-anjo -profissionais dispostos a investir capital intelectual e financeiro em empresas nascentes- ainda são
poucos no Brasil, mas estão
prestes a ganhar reforço.
O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)
investe na formação de uma
rede latino-americana para
compartilhar práticas e promover o crescimento desse
tipo de investimento.
"Os objetivos são a criação
de "networking", dividir oportunidades de treinamento e
ampliar esforços sobre políticas públicas", explica Nobuyuki Otsuka, especialista do
BID, que não divulgou os valores aplicados na iniciativa.
Para empreendedores,
a novidade pode facilitar a
aproximação com investidores, que hoje estão distribuídos pelo país. "São pessoas
dispostas a investir de R$ 50
mil a R$ 1 milhão, mas a
maior contribuição é o capital intelectual", esclarece
Marcelo Cazado, 38, diretor-executivo da Floripa Angels,
de Florianópolis (SC).
O Brasil tem quatro redes
de anjos (do inglês "business
angels"): na Bahia, no Rio,
em Santa Catarina e em São
Paulo. Mas há investidores
dispersos por todo o país, segundo Guilherme Cavalcanti, da Recife Angels.
MAPEAMENTO
Difícil é encontrá-los. Mesmo quem mora em um Estado com um grupo estruturado pode não ser aceito devido mais à distância do que ao
projeto em si, que deve ser
inovador e de retorno rápido.
"Como a proposta é investir também com capital intelectual, só analisamos as empresas que estejam localizadas a até 200 km da capital",
esclarece o ex-presidente da
Petrobras Ernesto Weber, um
dos integrantes da Gávea Angels, no Rio de Janeiro.
Para chegar mais perto
desses investidores, uma opção é participar de fóruns de
capital de risco e eventos de
empreendedorismo, indica o
sócio-fundador da Publit, da
área de soluções editoriais,
André Figueiredo, 40.
Em 2005, conseguiu aporte de quatro investidores
após ser "achado" por uma
pessoa que fazia o mapeamento para a Gávea Angels.
O sócio-fundador da Descomplica, Marco Fisbhen,
30, participava de um concurso de plano de negócio
quando foi "descoberto" por
investidores. Neste mês,
recebeu aporte após dois
meses de negociação.
"[O investimento] está alinhado ao plano de lançamento da empresa e será
aplicado em marketing e em
pesquisa", celebra Fisbhen,
sem revelar o montante.
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