São Paulo, domingo, 25 de julho de 2010


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BID investe em formação de rede de investidor-anjo

Achar apoio financeiro é uma das dificuldades de novos empreendedores

RAQUEL BOCATO
DE SÃO PAULO

Os grupos de investidores-anjo -profissionais dispostos a investir capital intelectual e financeiro em empresas nascentes- ainda são poucos no Brasil, mas estão prestes a ganhar reforço.
O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) investe na formação de uma rede latino-americana para compartilhar práticas e promover o crescimento desse tipo de investimento.
"Os objetivos são a criação de "networking", dividir oportunidades de treinamento e ampliar esforços sobre políticas públicas", explica Nobuyuki Otsuka, especialista do BID, que não divulgou os valores aplicados na iniciativa.
Para empreendedores, a novidade pode facilitar a aproximação com investidores, que hoje estão distribuídos pelo país. "São pessoas dispostas a investir de R$ 50 mil a R$ 1 milhão, mas a maior contribuição é o capital intelectual", esclarece Marcelo Cazado, 38, diretor-executivo da Floripa Angels, de Florianópolis (SC).
O Brasil tem quatro redes de anjos (do inglês "business angels"): na Bahia, no Rio, em Santa Catarina e em São Paulo. Mas há investidores dispersos por todo o país, segundo Guilherme Cavalcanti, da Recife Angels.

MAPEAMENTO
Difícil é encontrá-los. Mesmo quem mora em um Estado com um grupo estruturado pode não ser aceito devido mais à distância do que ao projeto em si, que deve ser inovador e de retorno rápido.
"Como a proposta é investir também com capital intelectual, só analisamos as empresas que estejam localizadas a até 200 km da capital", esclarece o ex-presidente da Petrobras Ernesto Weber, um dos integrantes da Gávea Angels, no Rio de Janeiro.
Para chegar mais perto desses investidores, uma opção é participar de fóruns de capital de risco e eventos de empreendedorismo, indica o sócio-fundador da Publit, da área de soluções editoriais, André Figueiredo, 40.
Em 2005, conseguiu aporte de quatro investidores após ser "achado" por uma pessoa que fazia o mapeamento para a Gávea Angels.
O sócio-fundador da Descomplica, Marco Fisbhen, 30, participava de um concurso de plano de negócio quando foi "descoberto" por investidores. Neste mês, recebeu aporte após dois meses de negociação.
"[O investimento] está alinhado ao plano de lançamento da empresa e será aplicado em marketing e em pesquisa", celebra Fisbhen, sem revelar o montante.


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