São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007


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INVESTINDO NO SHOPPING

Público e segurança atraem lojista

Centros de menor porte são recomendados para aprender a operar nesse formato de negócio

Leo Caobelli/Folha Imagem
Mariana Sales abriu loja de brinquedos educativos no Shopping Metrô Santa Cruz


MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um shopping não abriga apenas grandes marcas. Na verdade, ele é habitado por pequenos empresários, donos de 70% de seus estabelecimentos, segundo a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).
O que os leva a preferir o shopping à rua é a segurança e a certeza de encontrar um público que adora ir às compras.
Foi essa dobradinha que motivou Ivan Miranda, 34, a abrir a Mr. Shoes, especializada em artigos esportivos, no ABC Plaza Shopping. "Dois pares de tênis da minha loja custam quase R$ 1.000. Colocar esse tipo de mercadoria em uma loja de rua é pedir para ser assaltado", diz.
A estratégia deu certo, e ele adquiriu recentemente outro ponto no mesmo local. "Sou referência nesse segmento. Minha divulgação é só a boca a boca", conta Miranda.
Para o presidente da Alshop, Nabil Sayoun, a decisão de ir para esses grandes centros comerciais deve partir de uma estratégia muito bem elaborada.
"O empresário só deve entrar se se sentir profissional o suficiente e consciente de onde está pisando. É um mercado com gente que tem muito capital."
Como a concorrência é grande, também é fundamental caprichar na exposição dos produtos e serviços.
"Para sair da mesmice, ela tem que ser extremamente dinâmica. Um bom mote é criar temáticas, aproveitando as estações do ano e o calendário", sugere o presidente da Popai Brasil, Chan Wook Min.

Teste
Um primeiro passo para quem quer ganhar segurança antes de se embrenhar no meio é abrir a loja em shoppings de menor porte. Isso porque eles trabalham com sistema rotativo, ou seja, com contratos de duração mais curta.
Também é uma boa oportunidade de aprender a operar nesse formato de negócio.
Na área de serviços é comum a negociação ser mais favorável. "Muitas vezes os empresários têm condições especiais porque é um serviço essencial para o shopping e exigência do consumidor", avalia Sayoun.
Outro aspecto importante é ter um capital de giro que permita que a estrutura do negócio não dependa das vendas nos primeiros seis meses.
Não foi isso que a secretária Mariana Sales, 43, fez quando decidiu abrir uma loja e investiu nela a economia da família. Mesmo sem experiência como empreendedores, ela e o marido abriram uma loja de brinquedos educativos no Shopping Metrô Santa Cruz.
Eles gastaram R$ 20 mil no ponto e outros R$ 20 mil para adequar o espaço para a loja. "A inexperiência atrasou o retorno", reconhece Sales, que gasta R$ 5.000 mensais para manter a loja e tem lucro de R$ 4.000.
Depois de ter uma loja em um shopping center por nove anos, Fábio (nome fictício) desistiu da empreitada. "É preciso estar preparado financeiramente para as dificuldades que vão surgir no caminho e capacitado como gestor", avalia.
A decisão de fechar foi forçada pelas dívidas com o shopping e com fornecedores de sua loja. "Os custos de locação são muito elevados se comparados ao volume de vendas."


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