São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2004


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"O empresário é o nosso governante"

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Com trabalho em uma fábrica instalada na penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos, Amauri Borges da Silva, 43, pensa nos outros presos que não têm a mesma chance.
"Tem mais de 600 pessoas só aqui [na penitenciária] pedindo pelo amor de Deus para sair do pavilhão e trabalhar." O que falta? Ele mesmo responde: "O empresário precisa de incentivo. Ele é a nossa chance, o nosso pai, é o nosso governante. Se depender só dos políticos, não vamos ter nada nunca".
Preso por roubo em 1991, Silva fugiu quando chegou ao regime semi-aberto. Cometeu outro crime e acabou sendo baleado, o que lhe custou o movimento das pernas.
A fatalidade, o estudo e o trabalho foram os instrumentos da recuperação, conta ele. De volta à prisão, aprendeu a ler e a escrever, concluiu o ensino fundamental e, depois, o ensino médio. "Também aprendi o valor do trabalho. Quanto mais vagas de emprego, menos gente volta para a cadeia." (BL)

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