Insituições de ensino investem na terceirização de serviços com o objetivo de cortar custos

MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

São sete horas da noite e não há mais manicures nem cabeleireiros disponíveis. A agenda está lotada, e quem quiser se embelezar terá de marcar horário para o dia seguinte.
O cenário seria comum para os salões de beleza de São Paulo não fosse o fato de esse, especificamente, estar localizado dentro de uma universidade.
Há seis meses funciona na Uniban Maria Cândida, na Vila Guilherme (zona norte de São Paulo), o Coliseu, que atende de dez a 15 pessoas por dia. "Às vezes, uma aluna está aqui "cabulando" aula e passa o professor", conta a cabeleireira Valéria Soares, 22. "É engraçado."
Com a locação por R$ 50 o metro quadrado, mais o condomínio de R$ 30, ela diz acreditar que o negócio seja rentável. "Nosso público é fixo, e os preços são 10% a menos que os de fora da faculdade."
Segundo Beatriz Leonardi, superintendente do Centerban (Centro de Convivência da Uniban), empreendimentos como esse devem ser cada vez mais comuns na universidade.
"A idéia é que o aluno passe cada vez mais tempo dentro da faculdade, por questão de segurança e comodidade. Serviços como o de salão de beleza e o de praça de alimentação são muito bem-vindos", diz.
Somente na capital paulista há, hoje, 153 instituições privadas de ensino superior, segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) -19% a mais do que em 2004.
Diferenciá-las pela qualidade do ensino e das instalações é o dever de seus administradores, aponta Antonio Morande, diretor da consultoria FB Facility.

Tendência do setor
Para Morande, a terceirização de serviços como limpeza, vigilância e informática é uma tendência para as instituições que querem otimizar despesas.
"A maioria dos estabelecimentos privados de ensino terceiriza algum tipo de serviço", diz o presidente da Meira Fernandes Consultoria Educacional, Celso Carlos Fernandes.
A tecnologia é outro ramo que pode render bons frutos aos empresários. A Smart School, por exemplo, tem cinco universidades entre os clientes de seu software de gestão financeira e administrativa.
Já a editora Pearson aposta na leitura de livros pela internet: a empresa criou a Biblioteca Virtual, que permite que alunos de universidades conveniadas adquiram livros por menos de 10% do valor de capa.


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