São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 2011


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Acordo com fornecedor é alternativa

Mesmo com juros baixos, empresário evita linhas de crédito do governo

DO ENVIADO ESPECIAL

Fornecedores podem ser os maiores parceiros quando a tragédia afeta as vendas. Esse é o conselho de comerciantes de São Luiz do Paraitinga (a 182 km de São Paulo), afetados por enchentes no primeiro dia de 2010.
Vinícius Cursino, 20, administrador do Depósito Cursino, de material de construção, diz que fornecedores trocaram 65% dos artigos danificados pelas enchentes.
"Tínhamos R$ 400 mil em produtos, e os fornecedores também deram [além das trocas] descontos para abonar as perdas. As empresas foram solidárias", conta.
A lama que invadiu os três andares da loja danificou produtos, mas o empresário mantinha estoque em um depósito afastado da zona afetada pela água. Passou a fornecer os insumos para a reconstrução da cidade.
"Começamos a trabalhar no "just in time" [com estoque reduzido]. Primeiro compramos forro de telhado para todos, depois a parte elétrica, depois a tinta, de acordo com a necessidade da lojas e casas da cidade que iam sendo reconstruídas", exemplifica.
Em março, ele inaugura uma nova loja, maior do que a avariada na enchente.
Já a loja Cursino, que vende roupas, tecidos, aviamentos e equipamentos eletrônicos, ainda não conseguiu voltar ao ritmo normal e está com 60% do estoque que tinha antes da enchente.
João Cursino, dono da loja e primo de Vinícius, também preferiu negociar com fornecedores a pegar empréstimo.
"Eu já estava endividado, e a linha de crédito gera ainda mais dívida, pois tem juros, por mais que sejam baixos." As taxas cobradas giram em torno de 5,5% ao ano.
Para ele, os fornecedores são mais flexíveis. "Prazos que eram de 30 dias passaram a ser de até 120 dias."
O presidente da Aciat (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis), Henrique Carregal, diz acreditar que o setor privado se organiza de forma mais rápida do que o poder público.
"Todos sabem que, até março, qualquer negócio pode ser afetado por desastre com chuvas. A cooperação entre empresas é grande."
As prefeituras de cidades afetadas têm intermediado o contato entre empresas e bancos públicos e privados.


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