ROSANGELA DE MOURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

De olho no mercado de licen- ciamento, alguns dos principais estilistas brasileiros fecharam parcerias com agentes do ra- mo para cuidar da ampliação dos produtos de suas grifes.
Por meio desses intermediários, empresários de pequeno e médio porte podem ter acesso a esses profissionais, virando parceiros na fabricação de produtos.
Amir Slama, da Rosa Chá, diz que está à procura de fabricantes de camisetas, de lingeries e de óculos. "A qualidade é o essencial. Empresas pequenas são uma boa opção porque podem se dedicar à linha desenvolvida por nós."
Segundo Cláudio Rodrigues, agente de Alexandre Herchcovitch, antes, os estilistas tinham receio de popularizar suas marcas, mas, hoje, entendem que essas parcerias valorizam seu trabalho. "Eles estão democratizando suas marcas e deixando de atingir apenas um público específico."
Herchcovitch já tem contratos de licenciamento com a Grendene, dona das marcas Melissa e Rider (calçados); com a Zêlo (cama e banho); com a Tilibra (agendas e cadernos); com a All Star e com a Democrata (calçados), bem como com a Lupo (meias e cuecas).
""Quero aumentar minha linha de produtos para casa, mas nunca assinaria produtos alimentícios", comenta o estilista.
Tufi Duek, dono da Triton e da Forum, e Fause Haten fecharam, há cerca de dois meses, contrato com a Extreme Global Licenses.
Ricardo de Aguiar, diretor da empresa, diz que o projeto para as marcas de Duek e Haten prevê fechar primeiramente contratos com fabricantes de meias, de lingeries, de calçados e de acessórios.
A estimativa da Extreme é estabelecer parcerias com seis empresas para cada marca ao ano, sendo que cada uma delas deverá fabricar de 50 a 80 itens por categoria.
As grifes costumam trabalhar com pagamentos em royalties (porcentagem sobre as vendas) que variam de 8% a 10%, mas algumas negociam diretamente com as empresas. Além da assinatura dos estilistas, os produtos podem utilizar tecidos exclusivos das coleções e logos das grifes.