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Lucro de fim de ano deve cobrir caixa no vermelho
Sazonalidade acentuada e apostas erradas desequilibram finanças
DA ENVIADA ESPECIAL
O Dia da Criança e o Natal
respondem por 60% das
vendas anuais das lojas de brinquedos. Para estimular o
consumo nos outros meses,
é preciso prestar atenção aos
hábitos das crianças e ao comportamento dos pais.
"A apresentação lúdica da loja e a variedade e a presença de
personagens da moda são fundamentais para fidelizar o comprador", diz Patrícia Vance, 42,
professora da FIA (Fundação
Instituto de Administração).
Ela comenta que, nesse mercado, o foco em grandes empresas com preços competitivos
diminui a margem de lucro.
Para não desequilibrar as finanças em um setor com sazonalidade tão acentuada, Ricardo Sayon, dono da rede de lojas
Ri Happy, maior varejista do
setor, recomenda ao lojista que
fique de olho no caixa.
O dinheiro recebido no final
do ano deve ser guardado para
ser usado durante os meses em
que o comércio opera no vermelho. "É como a história da
formiga e da cigarra: quem der
uma de cigarra no verão passará fome no inverno", diz Sayon.
Já Nancy Mester, proprietária da loja Cuca Toys, aproveita
volta às aulas, Carnaval e Páscoa para atrair o consumidor.
"Brinquedos de férias, como os
jogos e os de praia, também
saem bem no início do ano."
Outra estratégia, diz Sayon, é
aproveitar ao máximo a popularidade de produtos considerados best-sellers -como personagens de cinema e desenhos
animados e, neste ano, temas ligados à Copa do Mundo.
Vance destaca a importância
da mídia na divulgação dos lançamentos. "A criança é bem ligada à televisão", comenta.
Por isso ela sugere que essas
novidades não faltem na loja,
pois sinalizam que ela é atualizada e que o comprador encontrará lá o que deseja.
Aposta arriscada
A estratégia, porém, é sempre arriscada. Sayon ressalva
que o preço desses produtos
decrescerá se eles não fizerem
grande sucesso.
Ele usa como exemplo os
brinquedos do filme "Toy Story
3", que estreia em junho (leia
texto à esquerda). "Compro e
lanço com um preço ótimo. Se
for um sucesso, vai ficar seis
meses em evidência; se for um
fracasso, nem decola. Pode ser
que depois de uma semana eu
já tenha que baixar o preço."
O sucesso das vendas dependerá de vários fatores, como a
empatia com os personagens, a
habilidade no licenciamento, o
número de personagem disponíveis e a exposição na mídia.
"O índice de erro é alto. Talvez nenhum segmento erre
mais do que o setor de brinquedos", avalia Sayon. Ele calcula
que 3 em cada 10 produtos lançados fracassem.
Por isso a compra deve ser
adequada ao porte da empresa.
"Não importa tanto o quanto se
vende, mas o quanto sobra no
estoque, pois a desvalorização e
o prejuízo são crescentes."
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