São Paulo, domingo, 28 de março de 2004


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BELEZA

Alongamento de cabelos e produtos anti-rugas foram os lançamentos da feira Hair Brasil

Homem é nicho rentável para salões

DA REPORTAGEM LOCAL

Empresários do ramo de beleza podem comemorar: ganharam "oficialmente" mais um grupo de clientes, os homens. Se idas ao cabeleireiro e à esteticista eram programas exclusivos das mulheres, hoje eles não têm mais vergonha de assumir que aderiram à moda.
"Vou ao salão de 15 em 15 dias e não troco o meu cabeleireiro", afirma Jeferson Santos, 35, diretor-geral da Hair Brasil 2004 - 3ª Feira Internacional de Beleza, Cabelos e Estética, que ocorreu em São Paulo entre 20 e 23 de março.
A vaidade masculina já pode ser traduzida em bons negócios. A S/A Barbearia & Estética, inaugurada em novembro passado de olho nesse nicho -o atendimento é exclusivo para homens-, oferece tratamentos como depilação a laser, esfoliação, mesoterapia e drenagem linfática e cresce num ritmo acelerado: 30% ao mês, de acordo com Fábio Assumpção, 32, sócio-proprietário.
Na clínica estética Horuss, o público do sexo masculino vem aumentando há um ano. "Hoje, 35% de nossa clientela fiel é formada por homens", afirma Ligia Fortti, proprietária.
A indústria também indica maior demanda por cosméticos. Um exemplo: a produção de perfumes e de colônias para homens no país cresceu 73% de 1998 a 2002, segundo levantamento da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos).

Tendências
Para quem é do ramo, duas apostas no segmento masculino são o alongamento de cabelos e uma nova fórmula anti-rugas, lançamentos da Hair Brasil 2004.
A filial brasileira da suíça Hair Fashion apresentou na feira uma técnica para alongar os fios a partir da fusão com queratina. Os cabelos, de origem indiana e européia, também podem ser usados para correção de calvície, acrescenta Simone Chimenti, 29, gerente da Hair Fashion no Brasil.
Tendência européia, a moda já começa a fazer sucesso no Brasil. O ator Reinaldo Gianecchini é um dos adeptos. Seu personagem na novela "Da Cor do Pecado", da Rede Globo, expõe as extensões de cabelos naturais feitas no salão Hair Brazil London. Silvia Hedges, 44, especialista no tema, nota que o serviço já desperta a curiosidade da ala masculina.
"Hoje faço mais trabalhos para atores e modelos. De oito meses para cá, a procura aumentou, os homens ligam pedindo informações." Segundo ela, na Europa, onde também atua, 10% dos seus serviços são requisitados por eles.
O Botoderm Homem, da Adcos Cosmética Medicinal, também foi indicado na feira como produto para alavancar o movimento das clínicas de estética. O creme promete adiar o uso do botox.

Mulheres
Driblar os efeitos do tempo foi uma das tônicas da feira, que abrigou 320 empresas -a maioria delas brasileiras de pequeno e médio porte. As soluções aliaram tecnologia a criatividade.
Para quem atende as mulheres, um dos destaques foi o Clift, acessório que é colocado no topo da cabeça e preso a seis mechas de cabelo. Sua função é amenizar os pés-de-galinha e levantar as pálpebras, efeito similar ao do "lifting" (intervenção cirúrgica).
Importado da França e distribuído no país pela Finestra, o Clift custará, nos salões, de R$ 90 a R$ 120. "O acessório rejuvenesce o usuário em cerca de dez anos", diz Elizabeth Cheramy, 56, representante comercial da Finestra.

Informalidade
O aumento do volume de expositores e de visitantes da Hair Brasil -60 mil neste ano, contra 45 mil em 2003- ilustra o potencial do mercado de beleza. Apesar da queda da renda da população, o setor segue crescendo, afirma Santos, diretor-geral da feira. "O brasileiro não deixa de consumir produtos estéticos."
Ainda de acordo com o diretor da Hair Brasil, o movimento contra a informalidade do segmento tem ganhado força. Durante a feira, um abaixo-assinado em prol da regulamentação da profissão de cabeleireiro percorria os estandes. (SILVIA BASILIO RIBEIRO)


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