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BELEZA
Alongamento de cabelos e produtos anti-rugas foram os lançamentos da feira Hair Brasil
Homem é nicho rentável para salões
DA REPORTAGEM LOCAL
Empresários do ramo de beleza
podem comemorar: ganharam
"oficialmente" mais um grupo de
clientes, os homens. Se idas ao cabeleireiro e à esteticista eram programas exclusivos das mulheres,
hoje eles não têm mais vergonha
de assumir que aderiram à moda.
"Vou ao salão de 15 em 15 dias e
não troco o meu cabeleireiro",
afirma Jeferson Santos, 35, diretor-geral da Hair Brasil 2004 - 3ª
Feira Internacional de Beleza, Cabelos e Estética, que ocorreu em
São Paulo entre 20 e 23 de março.
A vaidade masculina já pode ser
traduzida em bons negócios. A
S/A Barbearia & Estética, inaugurada em novembro passado de
olho nesse nicho -o atendimento é exclusivo para homens-,
oferece tratamentos como depilação a laser, esfoliação, mesoterapia e drenagem linfática e cresce
num ritmo acelerado: 30% ao
mês, de acordo com Fábio Assumpção, 32, sócio-proprietário.
Na clínica estética Horuss, o público do sexo masculino vem aumentando há um ano. "Hoje, 35%
de nossa clientela fiel
é formada por homens", afirma
Ligia Fortti, proprietária.
A indústria também indica
maior demanda por cosméticos.
Um exemplo: a produção de perfumes e de colônias para homens
no país cresceu 73% de 1998 a
2002, segundo levantamento da
Abihpec (Associação Brasileira
da Indústria de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos).
Tendências
Para quem é do ramo, duas
apostas no segmento masculino
são o alongamento de cabelos e
uma nova fórmula anti-rugas,
lançamentos da Hair Brasil 2004.
A filial brasileira da suíça Hair
Fashion apresentou na feira uma
técnica para alongar os fios a partir da fusão com queratina. Os cabelos, de origem indiana e européia, também podem ser usados
para correção de calvície, acrescenta Simone Chimenti, 29, gerente da Hair Fashion no Brasil.
Tendência européia, a moda já
começa a fazer sucesso no Brasil.
O ator Reinaldo Gianecchini é um
dos adeptos. Seu personagem na
novela "Da Cor do Pecado", da
Rede Globo, expõe as extensões
de cabelos naturais feitas no salão
Hair Brazil London. Silvia Hedges, 44, especialista no tema, nota
que o serviço já desperta a curiosidade da ala masculina.
"Hoje faço mais trabalhos para
atores e modelos. De oito meses
para cá, a procura aumentou, os
homens ligam pedindo informações." Segundo ela, na Europa,
onde também atua, 10% dos seus
serviços são requisitados por eles.
O Botoderm Homem, da Adcos
Cosmética Medicinal, também foi
indicado na feira como produto
para alavancar o movimento das
clínicas de estética. O creme promete adiar o uso do botox.
Mulheres
Driblar os efeitos do tempo foi
uma das tônicas da feira, que abrigou 320 empresas -a maioria
delas brasileiras de pequeno e
médio porte. As soluções aliaram
tecnologia a criatividade.
Para quem atende as mulheres,
um dos destaques foi o Clift, acessório que é colocado no topo da
cabeça e preso a seis mechas de
cabelo. Sua função é amenizar os
pés-de-galinha e levantar as pálpebras, efeito similar ao do "lifting" (intervenção cirúrgica).
Importado da França e distribuído no país pela Finestra, o Clift
custará, nos salões, de R$ 90 a R$
120. "O acessório rejuvenesce o
usuário em cerca de dez anos",
diz Elizabeth Cheramy, 56, representante comercial da Finestra.
Informalidade
O aumento do volume de expositores e de visitantes da Hair Brasil -60 mil neste ano, contra 45
mil em 2003- ilustra o potencial
do mercado de beleza. Apesar da
queda da renda da população, o
setor segue crescendo, afirma
Santos, diretor-geral da feira. "O
brasileiro não deixa de consumir
produtos estéticos."
Ainda de acordo com o diretor
da Hair Brasil, o movimento contra a informalidade do segmento
tem ganhado força. Durante a feira, um abaixo-assinado em prol
da regulamentação da profissão
de cabeleireiro percorria os estandes.
(SILVIA BASILIO RIBEIRO)
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