São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009


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RESTOS DE VALOR

CNI lança bolsa nacional de resíduos

Sistema integrará o comércio de detritos no país; Fiesp vai regionalizar trocas no Estado

ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No próximo dia 8, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) vai lançar, em Porto Alegre, a primeira bolsa nacional de resíduos.
O SIBR (Sistema Integrado de Bolsas de Resíduos) permitirá que empresas de todo o país comuniquem gratuitamente pela internet suas intenções de compra, venda e doação de qualquer tipo de resíduo.
Na primeira fase, o sistema integrará as bolsas das federações de indústria da Bahia, de Goiás, de Minas Gerais, do Pará, do Paraná e de Pernambuco. Na segunda, devem participar federações do Rio Grande do Sul, de São Paulo, do Ceará, de Santa Catarina, de Sergipe, do Espírito Santo e de Alagoas.
A integração dos Estados se dará em um site, ainda sem endereço definido, e as ofertas feitas nas bolsas regionais serão disponibilizadas também na nacional. Assim, o interessado poderá buscar negócios regional ou nacionalmente.
Em São Paulo, haverá a possibilidade de acesso a redes regionais -Campinas é um dos polos em estudo. O projeto organizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) visa estimular o contato entre empresários geograficamente próximos. O site da bolsa é http://apps.fiesp.com.br/bolsaresiduos/.

Incentivo
"Concluímos que uma das maiores dificuldades na troca dos resíduos é o custo de transporte, então acreditamos que regionalizar é um incentivo", explica Nelson Pereira dos Reis, diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp.
Para ele, a medida encoraja micro e pequenas indústrias a participar da bolsa. As firmas desses portes compõem 82% da bolsa de São Paulo. As médias são 12%, e as grandes, 6%. Segundo Reis, 70% das ofertas feitas na bolsa viram negócios.
Mas, apesar de operar no Estado mais industrializado e, portanto, maior gerador de resíduos, a bolsa de São Paulo perde em volume para a bolsa do Paraná, que negocia também acordos entre paulistas.
Para Adilson Luiz de Paula Souza, coordenador técnico de negócios do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) do Paraná, o modelo de intermediação da bolsa do Estado é um dos motivos de sucesso. Os interessados, explica, só conversam pela bolsa e, assim, mantém-se um registro das boas práticas.
Enquanto a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que definirá as obrigações do mercado com o lixo, continua a ser discutida na Câmara dos Deputados, no projeto de lei nº 203/ 2001, as bolsas de resíduos ganham importância.
"São uma tendência. Com elas, é possível gastar menos escoando um produto", sugere Luciano Basto, do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).


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