|
Próximo Texto | Índice
RESTOS DE VALOR
CNI lança bolsa nacional de resíduos
Sistema integrará o comércio de detritos no país; Fiesp vai regionalizar trocas no Estado
ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No próximo dia 8, a CNI
(Confederação Nacional da Indústria) vai lançar, em Porto
Alegre, a primeira bolsa nacional de resíduos.
O SIBR (Sistema Integrado
de Bolsas de Resíduos) permitirá que empresas de todo o país
comuniquem gratuitamente
pela internet suas intenções de
compra, venda e doação de
qualquer tipo de resíduo.
Na primeira fase, o sistema
integrará as bolsas das federações de indústria da Bahia, de
Goiás, de Minas Gerais, do Pará, do Paraná e de Pernambuco.
Na segunda, devem participar
federações do Rio Grande do
Sul, de São Paulo, do Ceará, de
Santa Catarina, de Sergipe, do
Espírito Santo e de Alagoas.
A integração dos Estados se
dará em um site, ainda sem endereço definido, e as ofertas feitas nas bolsas regionais serão
disponibilizadas também na
nacional. Assim, o interessado
poderá buscar negócios regional ou nacionalmente.
Em São Paulo, haverá a possibilidade de acesso a redes regionais -Campinas é um dos
polos em estudo. O projeto organizado pela Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo) visa estimular o contato
entre empresários geograficamente próximos. O site da bolsa é
http://apps.fiesp.com.br/bolsaresiduos/.
Incentivo
"Concluímos que uma das
maiores dificuldades na troca
dos resíduos é o custo de transporte, então acreditamos que
regionalizar é um incentivo",
explica Nelson Pereira dos
Reis, diretor do Departamento
de Meio Ambiente da Fiesp.
Para ele, a medida encoraja
micro e pequenas indústrias a
participar da bolsa. As firmas
desses portes compõem 82% da
bolsa de São Paulo. As médias
são 12%, e as grandes, 6%. Segundo Reis, 70% das ofertas feitas na bolsa viram negócios.
Mas, apesar de operar no Estado mais industrializado e,
portanto, maior gerador de resíduos, a bolsa de São Paulo
perde em volume para a bolsa
do Paraná, que negocia também acordos entre paulistas.
Para Adilson Luiz de Paula
Souza, coordenador técnico de
negócios do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) do Paraná, o modelo de
intermediação da bolsa do
Estado é um dos motivos de
sucesso. Os interessados, explica, só conversam pela bolsa e,
assim, mantém-se um registro
das boas práticas.
Enquanto a Política Nacional
de Resíduos Sólidos, que definirá as obrigações do mercado
com o lixo, continua a ser discutida na Câmara dos Deputados, no projeto de lei nº 203/
2001, as bolsas de resíduos
ganham importância.
"São uma tendência. Com
elas, é possível gastar menos
escoando um produto", sugere
Luciano Basto, do Instituto
Virtual Internacional de
Mudanças Globais, da UFRJ
(Universidade Federal do Rio
de Janeiro).
Próximo Texto: Participação Índice
|