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RESTOS DE VALOR
Identificar e selecionar valoriza produtos
Bruno Fernandes/Folha Imagem
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O empresário Gustavo Valente Pires em depósito de sucata |
Logística reversa dos setores traz oportunidades para os pequenos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Usar bolsas de resíduos requer mais do que apenas anunciar o produto na internet.
Manter o material guardado de
forma adequada, separado e
limpo pode fazer a diferença
para realizar o negócio ou obter
um preço melhor.
Para isso, é preciso saber a
composição exata de cada um
dos itens ofertados.
"É importante fazer uma
descrição adequada e ter os
produtos limpos e separados
por tipo", diz Adilson Luiz de
Paula Souza, coordenador técnico de negócios do Senai-PR.
Classificar por subtipos também é importante, recomenda
Souza. "Não adianta oferecer
uma tonelada de plástico se, em
vez de polietileno, você tem
PVC misturado", exemplifica.
Mas, além da comercialização dos resíduos produzidos na
empresa, o mercado também
apresenta oportunidades para
os interessados lucrarem com a
logística dos detritos gerados
por outras indústrias. A logística reversa inclui transporte, armazenagem e destinação, afirma Paulo Roberto Leite, presidente do Conselho de Logística
Reversa do Brasil.
Setores
Na cadeia do vidro, por
exemplo, os resíduos têm aproveitamento quase total. As empresas que atuam na logística
reversa do setor são apoiadas
pela Abividro (Associação Técnica Brasileira das Indústrias
Automáticas de Vidro), que
oferece financiamento para
que transportadores adquiram
veículos, por exemplo.
Os associados garantem a
compra do material, diz o superintendente Lucien Belmonte.
No ramo de plásticos também há oportunidades para os
pequenos, destaca Sabetai
Calderoni, presidente do Instituto Brasil Ambiente.
Quem cria um sistema de logística capaz de atender à alta
demanda pode lucrar, afirma
Calderoni. "Falta material nessa indústria de reciclagem."
Segundo ele, "em poucos
anos o Brasil vai viver uma revolução na área da reciclagem,
por que as prefeituras não vão
mais aguentar [o custo de] levar
o lixo para o aterro".
No setor de plástico desde
1976, Bento Carlos da Silva chegou a encarregado-geral de
uma fábrica. Ao notar que o
material podia ser reutilizado,
ele decidiu se dedicar ao setor
de reciclagem. Agora, depois de
montar sua empresa, enfrenta
os preços baixos decorrentes da
crise mundial, que diminuiu o
valor das commodities e encareceu a reciclagem.
"Mas estamos nos recuperando. É na crise que sabemos
quem é o bom administrador."
Já no setor de eletroeletrônicos, por exemplo, o pequeno
empresário tem pouca chance
de atuar como reciclador. "Vejo
as oportunidades mais ligadas a
recolhimento e transporte,
pois a reciclagem é um processo complexo, que exige grandes
investimentos", explica Luiz
Carneiro, diretor de ações
governamentais da Nokia.
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