Empresário deve organizar contas e priorizar linhas de investimento

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As linhas de crédito para capital de giro, oferecidas pela maioria dos bancos e procuradas por micro e pequenos empresários, devem ser usadas com cautela, na opinião de especialistas ouvidos pela Folha.
Para isso, é necessário regularizar a situação do caixa e evitar rolar a dívida com recebíveis, como os empréstimos para cobrir vendas que ainda devem entrar no caixa.
Já as linhas de crédito para investimento são mais recomendadas, pois têm juros menores e devem proporcionar um retorno no futuro.
"Para investimento, apesar de toda a turbulência, ainda há linhas interessantes e atrativas, como o Cartão BNDES", aponta Ricardo Tortella, superintendente do Sebrae-SP.
Caso o capital de giro seja necessário, é melhor que se opte por uma linha que esteja associada a um investimento, pois os juros são menores, de acordo com Tortella.

Planejamento
O mau uso do crédito e a dificuldade em apresentar garantias aos bancos são mais comuns entre empresários que não possuem planos de negócio, diz Guilherme Velloso, da Fiemg (Federação de Indústria de Minas Gerais).
"Eles acabam muitas vezes misturando as dívidas de pessoa física com as de jurídica, o que é péssimo", alerta.
Usar o crédito destinado à pessoa física, como o do cheque especial, faz com que o empresário pague juros mais altos.
Fábio Ghilhardi, 41, da Fabio Sport Redes, conta que precisou que a mãe hipotecasse a casa para investir na empresa. Agora, no entanto, está com o negócio estruturado e pode fazer empréstimo exclusivamente pela pessoa jurídica."Não sei o que é crise."
Os especialistas são unânimes em afirmar que o empresário deve garimpar as linhas e não esquecer a possibilidade de formar cooperativas para negociar com os bancos. (AL)



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