São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008


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inovação

Quase metade das incubadoras do país é gerida por mulheres

8,9% afirmam terem sofrido preconceito de gênero

MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

A participação de mulheres em cargos de coordenação, direção ou gerência nas incubadoras é de 46,8%, segundo levantamento feito pela Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores).
O estudo foi realizado em parceria com a ITCP Coppe UFRJ (Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal do Rio de Janeiro), entre julho e setembro de 2008.
O estudo "Mulheres Empreendedoras: Gênero e Trabalho nas Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos" revela as impressões das mulheres em relação à sua atuação nessas instituições.
"O objetivo do levantamento é conhecer as perspectivas dessas trabalhadoras dentro das incubadoras para iniciarmos um debate sobre a necessidade de haver políticas públicas de gênero", afirma Gonçalo Guimarães, diretor da Anprotec.
A principal dificuldade apontada por elas é o preconceito: 10,1% das entrevistadas afirmam que já sofreram discriminação por causa da idade; 8,9% dizem terem sido discriminadas por serem mulheres.

Primeira impressão
"É mais difícil quando se é uma jovem mulher -alguns clientes e fornecedores se espantam quando me conhecem", diz Fabiana Maruccio, 29, sócia-diretora da incubadora Gesto Saúde. "Mas acredito que o trabalho bem-feito supere qualquer tipo de imagem do primeiro contato."
Marcelo Ramos, um dos organizadores do estudo, afirma que, apesar de existirem, os relatos sobre preconceito não são numerosos. "Mais de 40% das mulheres dizem não sofrer discriminação. Isso mostra uma mudança no padrão de comportamento desse mercado, inicialmente dominado por homens", aponta.
Para Regina Faria, 54, gerente da ITCP Coppe UFRJ, a conquista de cargos de gestão por parte das mulheres é uma questão de tempo. "Elas se dedicam mais ao estudo, e há cada vez mais mulheres na área de tecnologia", destaca.
O estudo revelou também que 50% das entrevistadas possuem pós-graduação, e 24,1%, nível superior incompleto. As que concluíram o ensino superior são 16,5%.


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