São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011


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Experiência determina sucesso

Crescer com as grandes empresas exige mais prática do que teoria, assinalam especialistas

DE SÃO PAULO

Embora os treinamentos fortifiquem a relação entre as empresas e seus fornecedores, investir em qualificação não é suficiente para micro e pequenos empresários que queiram crescer "na carona" de grandes companhias, na avaliação de especialistas.
"O pequeno empresário precisa de prática para trabalhar para grandes organizações, e isso não é aprendido em sala de aula", afirma Rose Lopes, coordenadora do núcleo de empreendedorismo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
O empresário Ricardo Canevazzi, 46, dono da SC Embalagens, fornecedora de embalagens e produtos de limpeza, concorda com Lopes. Ele foi convidado por consultorias de negócios fazer cursos de aperfeiçoamento, mas recusou as propostas. "Não quero mais estudar. A prática é muito mais importante para o negócio", diz.
Ao contrário dele, a irmã Telma Canevazzi, 40, também empresária, acredita que cursos de capacitação são fundamentais para o crescimento de sua companhia, a Sinatec, de soluções visuais.
"Comecei a gerir a empresa de casa e agora tenho sete funcionários", diz ela, que participa do programa de qualificação "10 mil Mulheres", do banco Goldman Sachs, em que aprende a fornecer produtos e serviços para corporações de maior porte.
A qualificação de micro e pequenos fornecedores é importante e será mais no futuro, na opinião de Renato Moraes, diretor da Fundação Vanzolini, entidade sem fins lucrativos do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP.
"A demanda [por fornecedores] é maior do que a oferta disponível no mercado. No entanto, a concorrência deve acentuar-se em breve, quando a economia crescer de forma mais lenta e a procura por fornecedores cair", afirma.
Para ter potencial competitivo, Caio Lahr, 38, dono da Luciflex, empresa de equipamentos elétricos, gastou R$ 3.000 em curso para fornecedores em uma instituição de ensino para executivos. Entretanto, diz não ter obtido os resultados esperados.
"Fiquei frustrado porque o conteúdo era fraco. Os bastidores das negociações só são aprendidos na prática."


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