São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002


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Consultores recomendam cautela na hora de adquirir negócio já pronto; comprador precisa "bancar o detetive"

Comprar ponto comercial é lance arriscado

RENATO ESSENFELDER
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se você algum dia pensou em se tornar empresário comprando um negócio já pronto, é melhor pensar duas vezes. A operação parece o jeito mais fácil de virar patrão, mas na verdade exige uma boa dose de trabalho de investigação para evitar decepções futuras.
Anúncios de jornal, imobiliárias especializadas e até mesmo placas de rua trazem milhares de ofertas diferentes. São academias, lojas de roupas, lanchonetes, padarias, bancas de jornal, bares e outros negócios disponíveis para venda por preços que podem variar de R$ 10 mil a R$ 1 milhão.
Embora pareça à primeira vista fácil, a aquisição de uma empresa demanda atenção para vários detalhes práticos e burocráticos.
"Se o empresário planeja mal, não tem capacitação gestora ou talento para a coisa, pode perder a economia de toda uma vida", alerta o consultor de orientação empresarial do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Gilberto Rose.

Prós e contras
Entre comprar pronto e criar um negócio do zero, cada opção tem pontos positivos e pontos negativos. "O bom de comprar um ponto já existente é que há um fluxo de clientes que estavam acostumados a frequentar o local, a reforma da infra-estrutura é mais barata do que a instalação, e a logística de fornecedores está pronta", pondera Makoto Yokoo, gerente da Endeavor, ONG de apoio a empreendedores.
Por outro lado, quem optar por criar o próprio ponto terá mais liberdade na hora de planejar as instalações, poderá atrair mais clientes usando como chamariz o conceito de "novidade" na vizinhança e não sofrerá com dívidas ou problemas de imagem de um negócio comprado.
Mas antes de fechar negócio, o ato de comprar uma empresa exige verificação minuciosa de certidões negativas de débitos e de dívidas com fornecedores.
Também é preciso ter cuidado com vendedores mal-intencionados, que podem "maquiar" os documentos e impulsionar artificialmente o faturamento. Para evitar isso, uma dica é passar 30 dias dentro da companhia visada, atrás do balcão, verificando a movimentação real e registrando o nível de satisfação dos clientes.

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