São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002


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Autoconfiança e ousadia ajudam a revitalizar locais degradados

Negócio ruim se torna desafio

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um investidor procurar o melhor ponto possível para abrir a sua empresa -buscando conciliar facilidade de logística, baixa concorrência e intenso fluxo de clientes- é algo natural. Mas, ao contrário do que se possa imaginar, há quem persiga exatamente o oposto disso.
"Quando se fala em pontos comerciais, há três tipos de negócio. O investidor pode criar um ponto do início, comprar uma empresa saudável e instalar seu negócio ou então confiar no seu taco e comprar um ponto desacreditado para reerguê-lo", avalia Marcelo Cherto, presidente do Instituto Franchising.
Das três modalidades de negócio, a preferida do empresário Osmar Temperani, 58, é a terceira. "Sempre gostei de arriscar. A vitória fica mais gostosa quando desacreditada."
Temperani abriu há cerca de quatro anos o restaurante O Compadre, em um ponto considerado problemático. "Diziam que tinham enterrado cabeça de bode lá -nada dava certo. Mas eu não ouvi os conselhos e confiei no taco da comadre (sua mulher, Rosa Temperani, que comanda a cozinha do local)."
Hoje, o restaurante, de 450 lugares, serve uma média de 500 refeições diárias. Para comprar o ponto considerado ruim, Temperani pagou R$ 1,3 milhão, assumindo dívidas trabalhistas e com fornecedores. "Nem pechinchei. Se fosse montar uma estrutura dessas do zero, gastaria R$ 4 milhões", diz.
A reforma dos 1.200 m2 de área útil do local durou sete meses. O desafio, considera Temperani, foi vencido. Para ele, um ponto comercial só é inviável quando tem problemas de acesso. "Por exemplo, um restaurante em uma avenida movimentada, mas sem estacionamento. Daí não tem jeito", afirma.


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