São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2006


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gestão - tecnologia

Por R$ 350, firmas oferecem conexão à internet sem fio

Permanência prolongada e fidelização de clientes é um dos motivos para a empresa tornar-se "hotspot"

ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

O cenário lembra cidades de primeiro mundo: enquanto come um sanduíche, o cliente aproveita para checar e-mails no celular, fazer reuniões virtuais com a equipe pelo laptop ou consultar o saldo bancário. Apesar de ainda não ser difundida, essa imagem futurista é cada dia mais comum em lojas de grandes cidades brasileiras.
Para o consumidor, a maior vantagem é poder contar com a mobilidade, desvinculando-se dos fios e podendo acessar a internet de qualquer parte. Para o empresário, a oferta do "benefício" pode significar tempo maior de permanência dos clientes -e, conseqüentemente, mais consumo-, além de fidelização e marketing.
Quem já tem uma conexão de banda larga à internet gasta a partir de R$ 350 em equipamentos para possibilitar o acesso à web de qualquer ponto da firma. Esse valor representa os gastos na instalação da rede -depois, o empresário arca somente com custos do provedor.
Conhecido como wi-fi ("wireless fidelity", ou fidelidade sem fio), o serviço faz a ponte entre a antena de transmissão do estabelecimento e aquela no equipamento do cliente.
As duas unidades do bar do Juarez, em Moema e no Itaim (zonas sul e oeste da cidade), são hoje "hotspots" (leia mais no quadro ao lado). Os estabelecimentos recebem muitos executivos no happy hour e querem transformar mesa de bar em local de reunião.
"A vantagem é oferecer mais um serviço aos clientes, esperando que eles permaneçam mais tempo na casa e fechem negócios no bar", reforça o proprietário, Juarez Alves.
O empresário aproveitou a Copa do Mundo deste ano para lançar o serviço. "A procura ainda não é muito grande para o uso, mas nós acreditamos que ela vá aumentar", emenda.
A Vex, uma das pioneiras na instalação de "hotspots", com 800 pontos de acesso instalados no Brasil, pretende oferecer o serviço a outros 2.800 pontos em 2007 motivada, sobretudo, pela facilidade de um kit mais compacto, o VexBox.
"É uma forma de divulgar o local. Ele [o empreendedor] pega carona no que há de mais moderno. Tenho certeza de que fará parte do cotidiano das pessoas em breve", divulga José Papa Neto, diretor-executivo.

Estratégia
Uma antena -que pode ser adquirida diretamente em estabelecimentos próprios ou em empresas fornecedoras da conexão- cobre cerca de 150 m2. Áreas maiores demandam análise técnica do fornecedor.
Para quem pretende avançar um pouco mais na prestação de serviço e encarar a internet como negócio, há também a opção de venda de cartões pré-pagos de acesso, voltados para os clientes que ainda não contam com maquinário habilitado.
O empresário deve lembrar que, antes de instalar a comodidade, é preciso refletir se o cliente é do tipo que acessa o palmtop enquanto toma o café ou se ele mal sabe usar o celular; se o ponto está localizado em área de fluxo de usuários wi-fi; e, não menos importante, se o estabelecimento oferece segurança para que o consumidor saque aparelhos eletrônicos e os utilize sem medo.
Outro ponto a ser lembrado é sobre o fornecimento do serviço. Como todo benefício ofertado, deve ser constante e não ter falhas -por isso é preciso ter caixa extra para apelar para a manutenção caso um problema apareça. Não é porque a oferta é gratuita que se pode desligar a conexão para economizar, por exemplo, sob pena de assistir à fuga da clientela.


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